terça-feira, 30 de junho de 2009

EDIÇÃO DE AMANHÃ DO ALTO ALENTEJO


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PAPUÇA




para se ser cidadão era necessário mais alguma coisa do que meter um voto numa urna



Olha enfia a carapuça
Mas não compres o velho fato
De ananás
O estilo não se empresta
E nada tem sentido
A tua falta, meu papuça
Se podes ou não podes
Tanto faz

Experimenta sair
Um pouco, está bom tempo
Na Arrábida para os ninhos
Meu rapaz
Amanhã é feriado em Paio Pires
Aguça
O teu ouvido rouco-mouco
Em aguarrás

A multidão na rua
- É Zé!
Ouve-se a banda tocando
O M. F. A.
Vai o Borges, o Pina, o Xaimite e a Bibas
Balouçando
A revolução é p'ra já

A bota trocada
O canto na varanda
De rota batida
Para Luanda
Só menos um furo
No cinto apertado
É já Primavera
Amar não é pecado
Na fímbria da saia
A lagartixa verde
E um dia alegre
À nossa espera, bebe

Estamos na seca
A paz é pouca
Dorme uma soneca
A tia louca
Limpa os sovacos
Com esse spray
Amanhã é dia
De «Dancing Days»

Põe nessa boca
Uma chupeta
Amanhá é dia
De Dona Xepa

Zeca Afonso
Como se fora seu filho

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

DIFERENÇAS

Bernard Madoff foi hoje condenado a 150 anos de prisão por um tribunal de Manhattan por ter cometido a maior fraude financeira da história.
Não foram precisos nem 5 meses para que a Justiça americana funcionasse.
Por cá, para além da lentidão da nossa Justiça, a impunidade conta ainda com a prestimosa colaboração de alguns partidos bastante interessados em promover a impunidade.


F.T.

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EDIÇÃO DE HOJE / SÁBADO DO JORNAL FONTE NOVA


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JUSTITIA MATER

Nas florestas solenes há o culto
Da eterna, íntima força primitiva:
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto:

No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva:
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
D'um deus que luta, poderoso e inculto.

Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue medida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,

Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!

Antero de Quental
Sonetos

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

SER DOIDO - ALEGRE, QUE MAIOR VENTURA!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.

António Aleixo
Este Livro que Vos Deixo

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

DO CORREIO...

Recebemos hoje, na nossa caixa de correio electrónico este: de: madalena.tavares@sapo.pt para:portalegrecidadedoaltoalentejo
@gmail.com

data: 25 de Junho de 2009 18:33

assunto: Solicitação para eliminar comentários

enviado por: sapo.pt


Exmo Sr ou Srs.

doc 30K

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Para este tipo de peditórios

este blogue

não dá um simples cêntimo.




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OS ARLEQUINS

Musa, depõe a lira!
Cantos de amor, cantos de glória esquece!
Novo assunto aparece
Que o gênio move e a indignação inspira.
Esta esfera é mais vasta,
E vence a letra nova a letra antiga!
Musa, toma a vergasta,
E os arlequins fustiga!

Como aos olhos de Roma,
— Cadáver do que foi, pávido império
De Caio e de Tibério, —
O filho de Agripina ousado assoma;
E a lira sobraçando,
Ante o povo idiota e amedrontado,
Pedia, ameaçando,
O aplauso acostumado;

E o povo que beijava
Outrora ao deus Calígula o vestido,
De novo submetido
Ao régio saltimbanco o aplauso dava.
E tu, tu não te abrias,
Ó céu de Roma, à cena degradante!
E tu, tu não caías,
Ó raio chamejante!

Tal na história que passa
Neste de luzes século famoso,
O engenho portentoso
Sabe iludir a néscia populaça;
Não busca o mal tecido
Canto de outrora; a moderna insolência
Não encanta o ouvido,
Fascina a consciência!

Vede; o aspecto vistoso,
O olhar seguro, altivo e penetrante,
E certo ar arrogante
Que impõe com aparências de assombroso;
Não vacila, não tomba,
Caminha sobre a corda firme e alerta:
Tem consigo a maromba
E a ovação é certa.

Tamanha gentileza,
Tal segurança, ostentação tão grande,
A multidão expande
Com ares de legítima grandeza.
O gosto pervertido
Acha o sublime neste abatimento,
E dá-lhe agradecido
O louro e o monumento.

Do saber, da virtude,
Logra fazer, em prêmio dos trabalhos,
Um manto de retalhos
Que a consciência universal ilude.
Não cora, não se peja
Do papel, nem da máscara indecente,
E ainda inspira inveja
Esta glória insolente!

Não são contrastes novos;
Já vem de longe; e de remotos dias
Tornam em cinzas frias
O amor da pátria e as ilusões dos povos.
Torpe ambição sem peias
De mocidade em mocidade corre,
E o culto das idéias
Treme, convulsa e morre.

Que sonho apetecido
Leva o ânimo vil a tais empresas?
O sonho das baixezas:
Um fumo que se esvai e um vão ruído;
Uma sombra ilusória
Que a turba adora ignorante e rude;
E a esta infausta glória
Imola-se a virtude.

A tão estranha liça
Chega a hora por fim do encerramento,
E lá soa o momento
Em que reluz a espada da justiça.
Então, musa da história,
Abres o grande livro, e sem detença
À envilecida glória
Fulminas a sentença.

Machado de Assis
Crisálidas

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terça-feira, 23 de junho de 2009

EDIÇÃO DE HOJE DO JORNAL FONTE NOVA


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EDIÇÃO DE AMANHÃ DO ALTO ALENTEJO


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O BAÚ DE SIGMUND FREUD

A religião é uma maneira de explicar tudo
o surrealismo é uma maneira de não explicar nada
entre a prece e a charada
há-de haver uma outra estrada
que eu ainda hei-de percorrer
(isto disse o doutor Freud)

Não nego que olhar para dentro
não digo que olhar p’ro ego
não desmanche o fingimento
não faça ver quem é cego

Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado

Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú

Outro dia levantei-me tão bem disposto
até o espelho sorria ao olhar para o meu rosto
deitei-me logo outra vez
há que ser poupado e parco
pra não lhe perder o gosto
pra não afundar o barco

Tanta cobrança afectiva
vinda a boiar do passado
fica um sujeito à deriva
sem saber do que é culpado

Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado

Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas

se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú

O cobarde é uma pessoa que foge para trás
o herói é uma pessoa que foge pra frente
em maior ou menor grau
todos nós fugimos
ao medo que faz o cobarde
ao medo que faz o valente

O certo é que quando te olhas
Te entregas à introspecção
Nem que seja a saca rolhas
(passe o vulgar da expressão)

Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado

Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú

Sérgio Godinho
Aos Amores

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sábado, 20 de junho de 2009

SERÁ QUE O GOVERNO CIVIL, A SEGURANÇA SOCIAL E A CÂMARA DE NISA, ANDAM A DORMIR?


Recolha de Tampinhas

Um gesto simples

pelo sorriso do pequeno

André

André Gravelho tem cinco anos e, infelizmente, não consegue comunicar. Contando com vários apoios, está a ser desenvolvida uma campanha de recolha de tampinhas para adquirir equipamento técnico informático do qual o pequeno André necessita para se exprimir.

Foi com mágoa que Ana Cristina Gonçalves, quando contactada pelo nosso jornal, nos confidenciou que "dificilmente o meu filho virá a falar". Com apenas cinco anos de idade, André Gravelho, natural de Nisa, precisa de equipamento técnico informático para comunicar e, desta forma, transmitir aquilo que quer. Prestes a entrar para a escola, o pequeno André precisa ainda de um "computador especial" para fazer a sua aprendizagem tal como os outros meninos. Revelando que os aparelhos são "bastante caros", Ana Cristina Gonçalves admite que até tem possibilidades para os adquirir, no entanto, "se tivermos uma ajudinha é muito melhor". Nessa medida, a família de André Gravelho, com o apoio de amigos, da Intervenção Preoce de Nisa e da Inijovem – Associação para Iniciativas para a Juventude de Nisa – está a desenvolver uma campanha de recolha de tampinhas e as quais podem ser entregues no Ecomarché de Nisa. Ana Cristina Gonçalves acrescenta que as tampinhas podem ser também entregues na Valnor em nome do André Gravelho. Note-se que para conseguir 350 euros é necessária uma tonelada de tampas. Daí o apelo "precisamos do apoio de todos. Ajude-nos a atingir o nosso objectivo". Satisfeita com os bons resultados que a campanha tem vindo a registar, a mãe do André admite que não esperava "tanta receptividade" por parte das pessoas. "Por acaso temos tido uma adesão muito boa, há muitas pessoas que têm entregue as tampinhas, muitas que são de fora, que não nos conhecem de lado nenhum, ligam e perguntam onde podem deixar o material", conta satisfeita. Perante a onda de solidariedade que a campanha a favor do André Gravelho tem conquistado, a sua mãe deixa um agradecimento a todos os que têm colaborado e manifesta que espera continuar com a sua ajuda. Como forma de acelerar a aquisição do material que o pequeno André necessita, os seus amigos de Nisa, e são muitos, vão realizar um teatro em seu benefício. A peça subirá ao palco do Cine-Teatro de Nisa no dia 26 de Junho, pelas 21 horas. Revelando que o seu filho é uma criança "que se dá muito bem com toda a gente", Ana Cristina Gonçalves adianta que esta iniciativa pretende fazer com que "consigamos comprar o material mais depressa". Para todos os que queiram ajudar o André Gravelho basta juntarem algumas tampinhas e entregarem-nas no ponto de recolha. Esse pequeno gesto irá fazer sorrir e ajudar a vida futura deste jovem nisense.

FONTE NOVA
Catarina Lopes

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

EDIÇÃO DE HOJE/AMANHÃ DO JORNAL FONTE NOVA


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É PRECISO FAZER UM ESFORÇO

É preciso fazer um esforço
Considerar possível
Estar sempre de perfil
Ser mono-asa
Barbatana sem dorso
Branco sem luz
Ave sem cisne

Ondular no ar
Ser o remoto futuro
Relâmpago sem ser visto
Força sem motor
Buraco sem queda

Considerar possível
Eros sem frenético
Livro sem que o leiam
Poema sem que o façam

Fazer um esforço
Sentir insensível
Sem que seja possível
Sem que seja preciso

Profundamente
Tudo é tão importante
Como um olhar furtivo

Ana Hatherly
A Neo-Penélope

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

MEMÓRIA DESCRITIVA

A sombra dos tectos altos
não deixa respirar. A pintura
esboroada como os ossos.
A moldura verde das portas
na solidão de ferro abandonada.
As cortinas de fumo sujo.
Serradura nas frestas da madeira.
Gonzos, chaves, uma gaveta
com bocados de uma cama.
Luzes ímpares em jornais antigos.
Ganchos, fios, fendas.
Uma almofada, restos
dum romance francês, o metal
de um candeeiro. Recantos,
esquinas, manchas irregulares,
pratos, móveis trôpegos, uma parede
onde estala a cal. Tábuas pequenas,
traves, bolor num espelho, vidrinhos,
relógios, autocolantes, fechaduras,
uma arca da qual ninguém
se aproxima, pedaços de tecido
alegre e tantas cadeiras.

Pedro Mexia
Em Memória

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

EDIÇÃO DE HOJE DO ALTO ALENTEJO


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EM FACE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS

Oh! sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
que o nosso avô português?

Oh! sejamos navegantes,
bandeirantes e guerreiros,
sejamos tudo o que quiserem,
sobretudo pornográficos.

A tarde pode ser triste
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos).

Teus amigos estão sorrindo
de tua última resolução.
Pensavam que o suicídio
fosse a última resolução.
Não compreenderam, coitados,
que o melhor é ser pornográfico.

Propõe isso a teu vizinho,
ao condutor do teu bonde,
a todas as criaturas
que são inúteis e existem,
propõe ao homem de óculos
e à mulher da trouxa de roupa.
Dize a todos: Meus irmãos,
não quereis ser pornográficos?

Carlos Drummond de Andrade
Brejo das Almas

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terça-feira, 16 de junho de 2009

EDIÇÃO DE HOJE DO JORNAL FONTE NOVA


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CONSUMMATUM

Queria que chegasses, finalmente,
numa manhã qualquer,
- estrela fria de alva ou sol ardente
cujo sorriso bom
me pudesse prender...
Que tivesse o dom
de me encantar e conter
- que valesses o mundo
que sonhei ter...

... Renunciar inteiramente
a esta luta de viver mil vidas.
Que tu fosses o fim que mais cobiço,
se afinal
esse fim existisse
e continuasse sempre igual...

... Para
depois de ter-me libertado
e morto assim o nomadismo inquieto
do meu mundo interior
-minha ânsia de descobrir qualquer coisa melhor -
e destruído por amor a ti
todos os parasitas de oiro e fogo
da eternidade que vivi;

e livre finalmente
com a alma nua e o espírito nu
e um destino e um caminho e um desejo só
e uma só realidade
que és tu
e após a confidência fatigada
(curvado sobre ti como à beira dum abismo):
«Só te esperava para te renunciar!»
dar-te o último soluço que eu não pudesse conter,
e (como a um mundo que acabasse sem paroxismo)
contemplar
sem Saudades, a Mim-mesmo acabado de morrer!...


Manuel Lopes
Crioulo e outros poemas

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terça-feira, 9 de junho de 2009

VISITA DE S.S. A.A. R.R. OS SENHORES DUQUES DE BRAGANÇA A PORTALEGRE




Merecida e justa homenagem aos Ilustres Sócios Fundadores da Real Associação de Portalegre, Dr. Alfredo Subtil, Dr. Plínio Serrote e Dr. Manuel Inácio Pestana.

Programa de Dia 13 de Junho

- 09.30h - Partida do Solar das Avencas das comitivas para visita à Igreja de São Francisco.
- 09.45h - Visita à Igreja de São Francisco/Fundação Robinson (futuro Museu do espólio de arte sacra do Senhor Ruy Sequeira) e espaços envolventes.
- 10.00h - S. A. R. A Senhora Dona Isabel e sua comitiva visitarão a Stª Casa da Misericórdia de Alegrete.
- 11.15h - Reencontro das duas comitivas que, seguirão para o complexo social de Santo António, nos Assentos, onde está integrada a Igreja de Santo António, Padroeiro de Portalegre.
- 13.30h - Almoço da comitiva no Restaurante do Castelo, com o Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Portalegre.
(Após o almoço, faremos a pé um curto percurso, até aos Paços do Concelho, onde decorrerá o encontro com as forças vivas da região de Portalegre)
- 15.15h - Encontro com as forças vivas, na sala do Capítulo, seguido de uma mostra dos produtos com nome protegido, da região de Portalegre.
- 18.30h - Missa na Igreja se São Lourenço, por Alma dos sócios homenageados e falecidos.
- 19.30h - Jantar com associados e simpatizantes da Causa Monárquica.

(As inscrições para o jantar, estão abertas a todos os que queiram compartihar a visita de S.S. A.A. R.R. Os Senhores Duques de Bragança e prestar as referidas homenagens. Para tal, deverão ser efectuadas, as reservas., até ao dia 10 de Junho, para os seguintes contactos: António Carrilho: 927 316 070, Teresa Mourato: 967 974 668 e Pedro Espadinha: 963 819 510)

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EDIÇÃO SE HOJE DO JORNAL FONTE NOVA


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DA ALEGRIA

(Ouvindo a IX Sinfonia, de Beethoven, em Bucareste)

Que voz reconcilia
o sangue, assediado
pela música fria
dos lábios, modulada

na clave tão sombria
onde a loucura arde
assim cega e vazia?
Não é a voz: só o bafo

sereno da alegria
atravessando a alma
num íntimo arrepio

enquanto a melodia
circula pelo sangue
que a voz reconcilia.

José Augusto Seabra
Conspiração da Neve

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

EDIÇÃO DE AMANHÃ DO ALTO ALENTEJO


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PARA OS LÁBIOS QUE O HOMEM FAZ

Para os lábios
que o homem faz
que atraem beijos
ao redor do mundo
ficou na nossa memória
em qualquer parte a qualquer hora
um pedaço
de pão

Promessa
que se cumpre
que alimenta
o mundo

Olhos
a exigir
uma floresta

Mário Cesariny
Pena Capital

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domingo, 7 de junho de 2009

O PSD GANHA O CONCELHO DE PORTALEGRE


RESULTADOS CONCELHO DE PORTALEGRE

Total de Inscritos: 22417

Total de Votantes: 8280, 36.94%

PPD/PSD 30.97%, 2564 votos

PS 29.2%, 2418 votos

B.E. 12%, 994 votos

PCP-PEV 8.76%, 725 votos

CDS-PP 7.19%, 595 votos

MEP 1.18%, 98 votos

PCTP/MRPP 1.11%, 92 votos

MMS 0.57%, 47 votos

P.N.R. 0.46%, 38 votos

MPT 0.41%, 34 votos

P.H. 0.37%, 31 votos

PPM 0.33%, 27 votos

POUS 0.17%, 14 votos

EM BRANCO 5.42%, 449 votos

NULOS 1.86%, 154 votos

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

PALAVRAS PARA QUÊ! SÃO ARTISTAS...

Vamos assistir no domingo a um excelente exercício de magia: vão garantir-nos que perder três ou quatro deputados, em relação às anteriores europeias, é uma grande vitória.
Vão convencer-nos que ter trinta e poucos porcento é a antecâmara da maioria absoluta mais do que certa.
Vai uma aposta?


N.A.

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EDIÇÃO DE HOJE/AMANHÃ DO JORNAL FONTE NOVA


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19

vamos então falar de arvores antigas abrigos e
outros ventos. olá: diz-me o teu nome (se quiseres)
tenho dois ou três pensamentos (nunca mais que)
penso já em escrever o romance das brisas húmidas.

uma vez li um poeta que dava vida aos castelos
ensinou-me: pequenos cheiros à margem dos
sentidos não te prendas à noite (a visão mais
perfeita do mar é tomada do cimo das falésias).

queria agora acrescentar-me a ti mas (sabes?:)
faço destas linhas a eternidade algo assim
como o diálogo (nosso) entre o corpo e o riso

resta ficar dentro dos dias. é verdade: de que
me querias falar? perdoa mas a manhã está-se
a esgotar (não tenho tempo: a perder)

João Luís Barreto Guimarães
Há Violinos na Tribo

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

EDIÇÃO DE AMANHÃ DO JORNAL O DISTRITO DE PORTALEGRE


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APRENDERÁS COM A MORTE

Daqui de cima consigo ver
que o quintal das traseiras
está cheio de gatos pretos
à noite a morte também é parda.

Que o dissessem aqueles dois
o da faca e o da pistola
e o peito rasgado do insubmisso
(como anda cruel o mundo).

Afinal o outro, o da pistola
quis pôr fim a um tormento
por viver só. E mais não disse
começou a chorar sem perceber

o amigo morto.


Tiago Gomes
Auto-ajuda

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terça-feira, 2 de junho de 2009

EDIÇÃO DE AMANHÃ DO ALTO ALENTEJO


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ARTÉRIA, TU TENS RAZÃO

A única coisa que eu aprendi meu Deus
a sofrer a desilusão duma passagem de rua
ficar com o lado esquerdo a ajudar a falar
mas a única coisa que eu aprendi
Que um bocado de vidro inundasse de luz uma artéria
eu era um bocado de vidro que não inundasse de luz
artéria nenhuma
era uma desilusão a olhar para mim
e dizer movimento de rua
é assim movimento de rua
aí está nós cá estamos nós somos tal e qual
uma desilusão em passagem.
Tinha era ainda mais que tudo isso
um inchaço dum vidro em bocado
espetado em cima de pedra.
Havia um estendal de desilusão a devorar-me
todo com os olhos
eu era uma continuação do meu ser.
Onde um simulacro estava a vantagem
de uma desilusão.
Eu não
eu cá.
Que um cá estamos considerasse ou não
eu não tinha nada com isso
Eu fum, eu...
Ah,
Havia é que era eu cá estamos nada disso
eu cá não eu nada eu não tinha eu não tenho
tu quê
nós consideramos.
Onde punha fum
tudo por dentro era duma urania
tudo por dentro era duma constipação palpável
pelo sentido da pedra e do bocado de vidro.
Não eu cá não vou.
Quem olha descontenta.

António Gancho
O Ar da Manhã

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

MAIS UMA TREMENDA ASNEIRA


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Carta aberta a todos os

políticos e responsáveis


O crescimento e o desenvolvimento das cidades ocorrem mediante a presença de factores naturais ou induzidos para a fixação das populações. Entre estes destaca-se existência de vias de comunicação. O papel que outrora foi desempenhado pelo mar e pelos rios, ou pelas vias romanas ou de mercadores, foi mais tarde assumido pelas vias-férreas, e na actualidade compete às auto-estradas.
Portalegre está longe do mar e dos rios. Ficou a ver passar os comboios à distância de 12 km, resultando claramente prejudicada nas suas hipóteses de desenvolvimento quando foi instalada a via-férrea em meados do século XIX.
E agora, na era das auto-estradas, prepara-se candidamente para viver uma espécie de dejá vu.
Em Portalegre presenciámos a falta de estímulos e condições para a instalação de empresas, e em particular indústrias, em quase toda a segunda metade do século passado, a carência de efectivas alternativas de habitação no último quartel do século XX, a continuada ausência de apoio efectivo à consolidação do ensino superior, a debandada de serviços públicos. Fruto de diversas influências, conivências, interesses, omissões e incapacidades, em alguns casos bem identificadas.
Enquanto isso, outras cidades iam fazendo pela vida. Naturalmente, dir-se-á.
Os “nossos” políticos locais e regionais, infelizmente, gozarão das mais baixas taxas de notoriedade de todo o país. Desde o 25 de Abril a naturalidade dos 1º Ministros e Presidentes da República repartiu-se maioritariamente por Lisboa, Algarve e Beira-baixa. Em 35 anos de “democracia”não me recordo de nenhum ministro natural, ou com ascendência neste distrito.
Causa ou consequência do desenvolvimento local?
De tudo isto, resultou que populacionalmente passamos a ser o menor distrito, e a menor das capitais de distrito, com cada vez menos significância. Brevemente seremos a única capital de distrito que não terá uma ligação directa por auto-estrada ao litoral. Ou mesmo, efectivamente, sem qualquer ligação por auto-estrada a sítio nenhum.

Tudo isto vem a propósito e na sequência da observação que realizei ao estudo sobre a ligação da A23 (auto-estrada da Beira-interior) à A6 (auto-estrada de Lisboa-Évora-Elvas), em troço supostamente integrado no IP2 (teoricamente, o segundo principal itinerário do país que ligaria todas as capitais dos distritos do interior raiano: Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja), disponível para consulta pública na internet no endereço: “http://aiacirca.apambiente.pt:8980/Public/irc/aia/aiapublico/library?l=/aia2046_portalegre&vm=detailed&sb=Title”
O referido estudo, que terá sido pago pelos contribuintes, ignora olimpicamente o enquadramento da via que ora se propõe, as populações e o tráfego que irá servir.
Ao se ignorar o objectivo de ligar as principais (?) cidades do interior, e ao se considerar simplistamente, para não dizer simploriamente, que o que importa é ligar a A23 à A6, então qualquer faixa a partir do eixo Torres Novas – Vendas Novas seria admissível. Este pressuposto, a priori ridículo, atendendo a algumas das alternativas apresentadas no estudo, não terá sido rejeitado.

OS MAUS EXEMPLOS

Retomam-se aqui anteriores exemplos de lamentáveis opções, dificilmente explicáveis, se ponderadas de acordo com lógicas de desenvolvimento económico ou sustentabilidade ambiental.
E não valerá a pena retomarmos o infeliz exemplo das ferrovias.
Convido o leitor a pegar num mapa da península e traçar uma linha recta (em regra, aquela que no plano proporcionará à menor distância entre dois pontos) entre as capitais dos países ibéricos. Surpreender-se-á ao observar que Portalegre fica praticamente em cima dessa mesma linha. Mas a auto-estrada de ligação entre Lisboa e Madrid foi “desviada” para sul. Admitindo que a ligação seria Lisboa – Badajoz, a A6 foi “torneada” para passar junto a Évora. Beneficiou-se assim exclusivamente essa cidade, prejudicando todos os restantes alentejanos em particular, e portugueses e espanhóis em geral.
Idêntico e, a todos os títulos, deplorável exemplo ocorreu com o recentemente inaugurado troço do IC13. Transformou-se aquela que seria potencialmente uma via de ligação directa de cerca de 20 km entre Portalegre e Alter, sem grandes necessidades de expropriações e obras de arte, num disparate de mais de 30 km, pleno de dispendiosos trabalhos de engenharia. Por cedência, saber-se-á lá por quê, presumo que ao orgulho do município do Crato, outorgou-se uma obra que terá custado mais do dobro que a melhor alternativa, e que melhor e mais economicamente serviria a população de todo o restante distrito, o país e Espanha. Ganharam apenas os cratenses e as empresas de construção civil. Perderam, e muito, todos os contribuintes e restantes potenciais utilizadores da via.


O “ESTUDO” DE IMPACTE AMBIENTAL

Como é possível admitir-se um denominado estudo de impacte ambiental em que nas diferentes alternativas não são correctamente consideradas as distância efectivamente percorridas pelos utilizadores, com as inerentes implicações em termos de consumos energéticos e de emissões poluentes? Em que o interesse das populações que se pretende servir ou pretensamente beneficiar não são minimamente consideradas?
Volte-se a pegar no mapa e a traçar uma ligação entre Portalegre e Castelo Branco, ou entre esta cidade e Estremoz. Sem significativos distintos acidentes naturais, sem zonas de protecção ambiental de relevo, o traçado mais rectilíneo, logo menos impactante, mais barato, mais rápido, que melhor servirá as populações do distrito e do país é fácil de definir.

(O TRAÇADO IDEAL)

Saindo perto do nó de Benquerenças, a sul de Castelo Branco, passará junto à confluência do Tejo com o Sever, nas imediações da fronteira de Cedillo, correrá cerca a Montalvão e a Póvoa e Meadas, passará nas imediações de Portalegre (desejavelmente a leste dos Fortios e a poente da Serra da Penha), e correndo depois paralelamente a oeste do actual IP2 até Estremoz.

Ao contrário, as alternativas propostas no referido “estudo” retomam os erros do passado.
Numa delas chega-se a admitir que o traçado se sobreponha ao actual IP2, suprimindo-o, perdendo-se de modo totalmente inaceitável a alternativa de uma via definitivamente sem portagem, com evidente prejuízo para a região, e com claro benefício apenas para a futura concessionária. O impacte ambiental sobre as populações menos favorecidas economicamente não é aqui certamente medido. Argumentar-se-á que também a nova auto-estrada poderá não ter portagem. Mas essa é uma garantia que, a longo prazo, ninguém que seja minimamente sério poderá assumir.
Noutra alternativa, a nova via “corre” à distância de longos 12 km da cidade (os mesmos a que fica a “nossa” estação de caminho-de-ferro) com uma única ligação perpendicular, pelo IC13, a Portalegre. Neste caso, a distância a Estremoz passaria dos actuais 55 km para quase 70 km. E dizer-se que esta auto-estrada seria de, ou que serviria, Portalegre não passaria de mais uma anedota de alentejanos.
Só por ignorância ou inépcia, dado que não se admite que seja para fazer jeito a alguém, propõe o estudo como “melhor” alternativa a actual ligação pela Barragem do Fratel, surgindo a possibilidade da ligação por Belver, e chega-se ao despautério de se propor que a ligação ao norte se faça junto ao Gavião, por curiosidade, concelho de origem dos actuais responsáveis do Governo Civil e da Associação de Municípios do distrito.
Ou seja, para a ligação entre Portalegre e Castelo Branco, não se considera uma ligação directa, como a que acima indiquei, que rondaria os 60 km de distância, propondo-se outras que oscilam entre os 100 e os 120 km de extensão.
Comparativamente, e ajustando à escala, seria o mesmo que propor que uma ligação “directa” Lisboa – Porto passasse, na melhor das hipóteses, pela Covilhã, ou chegasse mesmo a cruzar a fronteira espanhola. Este evidente disparate, é algo muito idêntico ao que nos está a ser proposto. Beneficiando já se vê quem: empresas construtoras, alguns gavionenses e pouco mais. Prejudicados são os do costume: todos os contribuintes, os nacionais e estrangeiros, todos os que carecem de utilizar esta via, turistas, empresas e populações desde o Algarve a Trás-os-Montes, e, já se vê, o uma vez mais, e presumo que definitivamente, o desenvolvimento da nossa cidade e do nosso distrito.

Senhores políticos e responsáveis: a bem do distrito, da cidade e dos portalegrenses, aguardo a vossa resposta e anseio pelo sucesso da vossa acção.

Artur Romão

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COM A FORTUNA NÃO SE PERDE O SER DE BESTA

Na carreira veloz, a deusa cega
Lança às vezes a mão a um feio mono
E o sobe, num instante, a um coche, a um trono,
Onde a Virtude com trabalho chega.

Porém se, louca, num jumento pega,
Por mais que o erga não lhe dá abono:
Bem se vê que foi sonho de seu sono,
Quando a vara ou bastão ela lhe entrega.

Pouco importa adornar asno casmurro
Com jaezes reais, mantas de festa,
Se a conhecer se dá no rouco zurro.

Quem, no berço, por vil se manifesta,
Quem nele baixo foi, quem nace burro,
Co'a Fortuna não perde o ser de besta.

Francisco Joaquim Bingre
Sonetos

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