O BAÚ DE SIGMUND FREUD
A religião é uma maneira de explicar tudo
o surrealismo é uma maneira de não explicar nada
entre a prece e a charada
há-de haver uma outra estrada
que eu ainda hei-de percorrer
(isto disse o doutor Freud)
Não nego que olhar para dentro
não digo que olhar p’ro ego
não desmanche o fingimento
não faça ver quem é cego
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
Outro dia levantei-me tão bem disposto
até o espelho sorria ao olhar para o meu rosto
deitei-me logo outra vez
há que ser poupado e parco
pra não lhe perder o gosto
pra não afundar o barco
Tanta cobrança afectiva
vinda a boiar do passado
fica um sujeito à deriva
sem saber do que é culpado
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
O cobarde é uma pessoa que foge para trás
o herói é uma pessoa que foge pra frente
em maior ou menor grau
todos nós fugimos
ao medo que faz o cobarde
ao medo que faz o valente
O certo é que quando te olhas
Te entregas à introspecção
Nem que seja a saca rolhas
(passe o vulgar da expressão)
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
o surrealismo é uma maneira de não explicar nada
entre a prece e a charada
há-de haver uma outra estrada
que eu ainda hei-de percorrer
(isto disse o doutor Freud)
Não nego que olhar para dentro
não digo que olhar p’ro ego
não desmanche o fingimento
não faça ver quem é cego
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
Outro dia levantei-me tão bem disposto
até o espelho sorria ao olhar para o meu rosto
deitei-me logo outra vez
há que ser poupado e parco
pra não lhe perder o gosto
pra não afundar o barco
Tanta cobrança afectiva
vinda a boiar do passado
fica um sujeito à deriva
sem saber do que é culpado
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
O cobarde é uma pessoa que foge para trás
o herói é uma pessoa que foge pra frente
em maior ou menor grau
todos nós fugimos
ao medo que faz o cobarde
ao medo que faz o valente
O certo é que quando te olhas
Te entregas à introspecção
Nem que seja a saca rolhas
(passe o vulgar da expressão)
Mas que trabalho, que canseira (não há maneira)
nos salões do inconsciente
há baús de tantas cores
tanto pó por sobre as dores
tanto dos nossos insides
que nos sai desnaturado
Eu sei, eu sei, Freud explica
O b-a-bá do baú
mas
se eu fosse a ti Segismundo
não teria vindo ao mundo
pra nos fazer vir a nós
que quem quiser vir a si
vai ter que abrir o baú
Sérgio Godinho
Aos Amores
Etiquetas: Poesia, Sérgio Godinho
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