domingo, 14 de dezembro de 2008

UM ENCONTRO. E DESENCONTROS.

Terça-feira, 9 de Dezembro. Em Fátima, a Conferência Episcopal toma uma iniciativa inédita: D. Jorge Ortiga recebe os representantes da Plataforma dos professores, encontrando-se estes em pleno processo de luta. Não há comunicados oficiais. Mas há declarações mais ou menos informais. O Bispo presidente garante, diante de câmaras de televisão, que a Igreja está muito preocupada com os professores, as escolas, os pais e os alunos. Sugere a realização de um pacto social sobre as questões educativas. E recomenda ao governo que ouça os professores. Jornais, televisões e observadores prestam a menor atenção possível ao facto. Toda a gente, a começar pelas autoridades, prefere ignorar o gesto. Mas trata-se simplesmente de um dos factos mais importantes da vida política destes últimos anos.

Quarta-feira, 10 de Dezembro. Em declarações justas e severas, o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, apela aos grupos parlamentares para encontrarem vias de criar alguma disciplina, de impedir que os deputados faltem às sessões e que cumpram os seus deveres. O PS não gostou e alguns dos seus deputados reagiram mal.

Quinta-feira, 11 de Dezembro. Chegou o grande dia. Finalmente, Ministério da Educação e professores encontram-se para discutir tudo. Já se sabia, desde uns dias antes, que a convocatória e as ordens de trabalhos era uma soma de equívocos. Ambos disseram, uma vez, que estava tudo em cima da mesa. Ambos acrescentaram, outra vez, que certos tópicos não se poderiam discutir. Debater a hipótese da suspensão da avaliação era, para os professores, essencial. Tal discussão era, para o ministério, inútil, dado que a suspensão estava totalmente fora de questão. Os professores deixaram uma proposta de sistema de auto-avaliação que nada resolve. A ministra recusou as reivindicações de suspensão feitas pelos professores. Os participantes na reunião separaram-se azedamente, duas ou três horas depois. Fizeram bem em falar. Fizeram mal em não ter encontrado sequer umas pedras para pôr os pés e fazer um pouco de caminho. Nova reunião foi marcada para a próxima semana, desta vez para discutir o estatuto da carreira docente. A ministra garante que, para o ano, está disponível para tudo ver e rever, incluindo o sistema de avaliação e a hierarquia profissional dos professores. Para já, estranhamente, insiste na aplicação do seu sistema. Mas já chegámos a uma conclusão amarga: as propostas dos sindicatos são tão absurdas quanto as da ministra. Com um denominador comum: ambos estão empenhados em impedir que as escolas e os directores assumam as suas responsabilidades. Enquanto não se evitar a tenaz, ministério contra sindicatos a lutar por uma sistema centralizado e integrado, limitar-se-ão a adiar o problema. A tentar afogar o peixe.

Sexta-feira, 12 de Dezembro. É dia grande na cidade de Lisboa. Luzidia comitiva, com ministro e presidente da Câmara, desloca-se, para um momento mágico, a uma das praças mais bonitas do mundo. Finalmente, doze anos após o início das obras, que deveriam ter durado três, e depois de dezenas de milhões de euros de desvios, o Terreiro do Paço parece recuperar a sua vistosa figura. O Cais das Colunas é reaberto e inaugurado. Em maré de glória, o ministro diz que não lhe interessa perder tempo a apurar quem são os responsáveis pelos atrasos. O importante é o momento e a beleza do gesto. O Cais é devolvido ao povo de Lisboa. Mas, logo a seguir, o anúncio é feito: só por quinze dias. Após o Ano Novo, o Terreiro do Paço fecha, em grande parte, para novas obras de saneamento que vão durar, espera-se, mais de um ano. Entretanto, o Estado português terá de devolver à União Europeia cerca de 80 milhões de euros indevidamente recebidos, pois não respeitou as regras internacionais nas obras da linha de metro de Santa Apolónia ao Terreiro do Paço. Esta praça é bem uma metáfora do estado do país.

Sexta-feira, 12 de Dezembro. Uma semana depois da sessão memorável da Assembleia da República, à qual faltaram umas dezenas de deputados, a reunião da comissão do orçamento, marcada para as nove e trinta, foi adiada. A razão foi a da falta de quórum. Isto é, não havia nove deputados, os necessários para atingir a fasquia legal. Os socialistas que, sozinhos, poderiam garantir o quórum, não estavam em número suficiente. Dos outros partidos, alguns estariam por ali, mas não chegava.

Esta é seguramente a mais importante de todas as comissões parlamentares.

O Parlamento português já não surpreende. Ninguém espera absolutamente nada daquela casa. Serve para completar a maquinaria democrática, mas foi rebaixado a um papel secundário. Qualquer câmara de televisão é mais importante do que aquela instituição. Aliás, os que ainda se dedicam a fazer discursos ou aparecer no hemiciclo fazem-no apenas com a televisão no espírito. Já se viram ministros e deputados a falar olhando para as câmaras, nem sequer para os seus pares. O tom geral dos debates, pelo tom e pelos berros, mais parece o de uma lota de peixe. Raros são os deputados que falam normalmente e expõem os seus pontos de vista com argumentos racionais. Mais raros ainda são os que mostram sinais exteriores de pensarem quando falam.

Começam a surgir ideias e propostas para punir os deputados faltosos. Marquem-se faltas, dizem uns. Reduza-se o vencimento. Excluam-se os faltosos das listas nas próximas eleições. Publiquem-se regularmente os nomes dos que faltam. A verdade é que estas sugestões equivalem a colocar gesso numa perna de pau. Sem funções reais, sem independência, sem responsabilidades individuais, sem mandato pessoal e sem necessidade de prestar contas directamente aos eleitores, os deputados serão sempre o que são, apêndices estatísticos. Este Parlamento não é uma metáfora: é o retrato exacto e verdadeiro da democracia que temos.

António Barreto
PÚBLICO
14 de Dezembro de 2008

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2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

«Portugal, não tendo princípios, ou não tendo fé nos seus princípios, não pode propriamente ter costumes. Com uma política de acaso, com uma literatura de retórica ou de cópia, com uma legislação desorganizada, não se pode deixar de ter uma moralidade decadente.

Fomos outrora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taverna. Compreendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: fizemos muitas revoluções para sair dela.Ficamos exactamente em condições idênticas. O caldo da portaria não acabou. Não é já como outrora uma multidão pitoresca de mendigos, beatos, ciganos, ladrões, caceteiros, carrascos, que o vai buscar alegremente, ao meio-dia, cantando o Bendito; é uma classe média inteira, que vive dele, de chapéu alto e paletó.
Este caldo é o Estado. A classe média vive do Estado. A velhice conta com ele como condição da sua vida. Logo desde os primeiros exames do liceu, a mocidade vê nele o seu repouso e a garantia da sua tranquilidade. A classe eclesiástica não significa a realização de uma crença; é ainda uma multidão de desocupados que querem viver à custa do Estado. A vida militar não é uma carreira, como se compreendia outrora, é uma ociosidade organizada por conta do Estado.Os proprietários procuram viver à custa do Estado vindo a ser deputados a 2$50 reis por dia. A própria indústria faz-se proteccionar pelo Estado e trabalha sobretudo em vista ao Estado. A imprensa até certo ponto vive do Estado. A ciência depende do Estado. O Estado é a esperança das famílias pobres, e das casas arruinadas; é a ocupação natural dos medíocres; é o usufruto da burguesia. Ora como o Estado, pobre, paga tão pobremente que ninguém se pode libertar da sua tutela para ir para a indústria ou para o comércio, esta situação perpetua-se de pais para filhos como uma fatalidade.

Resulta uma pobreza geral. Com o seu ordenado ninguém pode acumular, poucos podem equilibrar-se. Nascem o recurso perpétuo para a agiotagem, a dívida, e a letra protestada, como elementos regulares da vida. Por outro lado, o comércio sofre dessa pobreza da burocracia, arruina-se, quebra e fica ele mesmo na alternativa de recorrer também ao Estado, ou de cair no proletariado. O mesmo sucede aos industriais. A agricultura, sem recursos, sem progresso, não sabendo fazer valer a terra, arqueja à beira da pobreza e acaba sempre recorrendo ao Estado.

Tudo é pobre: a preocupação geral é o pão de cada dia. Disto, uma lei exclusiva: o egoísmo. Tudo se torna meio de comer. (...) A pobreza geral produz um aviltamento da dignidade. Todos vivem na dependência: nunca temos por isso a atitude da nossa consciência, temos a atitude do nosso interesse.

Serve-se, não quem se respeita, mas quem se vê no poder. Um governador civil dizia: - É boa! Dizem que eu sou sucessivamente regenerador, histórico, reformista. Eu nunca quis ser senão governador civil! - Este homem tinha razão, porque mudar do Sr Fontes para o Sr Braamcamp não é mudar de partido; ambos aqueles cavalheiros são monárquicos e constitucionalistas e católicos. A desgraça é que, se em Portugal houvesse partidos republicanos, monárquicos e socialista, aquele homem, assim como fora sucessivamente reformista, histórico e regenerador - isto é, as coisas nmais iguais, - seria republicano, monárquico e socialista, - as coisas mais contraditórias.

A família é a primeira a desmoralizar neste sentido a consciência. - Quem apanhou, apanhou: é a voz doméstica. O indivíduo assim rebaixado, tendo perdido a altivez da dignidade e da opinião, habitua-se a dobrar-se; dobra-se diante do agiota, do credor, do criado, do merceeiro, dobra-se sempre, propõe injustiças e aceita-as. Extingue-senele gradualmente a noção do justo ou do injusto. Julga o favor, a protecção, a corrupção, coisas naturais e aceitáveis.(...)

Lentamente, o homem perde também a individualidade do pensamento. Não pensa por si: sobrevém-lhe a preguiça do cérebro. Não tendo de formar o carácter, porque lhe é inútil e teria a todo o momento de o vergar; - não tendo de formar uma opinião porque lhe seria incómoda e teria a todo o momento de a calar, - acostuma-se a viver sem carácter e sem opinião. Deixa de frequentar as ideias, perde o amor da educação. Cai na ignorância e na vileza. Não se respeitando a si, não respeita os outros: mente, atraiçoa, e habitua-se a medrar na intriga. »

In “As Farpas” - Eça de Queiroz, 1871

domingo, 14 dezembro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Que saudades daquele dia em que o fatinho do “Engenheiro” foi à modista, para enfiar reforços nas joelheiras, que o coitado estava sempre de joelhos, a palhaçona, e se tivesse cona, era terreno livre e pano esfregado de Bilderberg, naquele abrir as pernas do usucapião.

Portugal acrescia às centésimas ao ano,
O seu plano de inclinação em direcção ao Abismo,
Mas o abismo era só para alguns,
Os que não viviam na Economia Paralela,
Nem mandavam na Noite Criminosa do Porto e Arredores,
E tudo é arredores do Porto, em Portugal,
Como a raiz do nome já outrora, antes, explicava.

O Cavaco,
Esclerosado,
Já só arrancava folhas do calendário,
Para poder ter escrito no epitáfio do campanário,
Com um lindo menino jesus daqueles da Maria e do Carlos Cruz,
A dizer

“reinou dois mandatos,

sobre uma bomba de gasolina do tamanho de 10 000 000 de habitantes”,


E secava sempre a última gotinha na fralda do Constâncio,

Um Presidente, Um Governo, Uma Maioria
Da Osteoporose.

Na altura,
o Isaltino ainda era só suspeito

(Pai, já fui Ministro!...)

De ter mandado betonar de Pedrouços inteira a Oeiras,
E era um herói local,
A cara regional de todos os outros que adoravam ser com ele,
Mas não podiam,
pois a baixaria é um dom natural,
Como os diplomas da “Independente”,
Ou se nasce com eles, ou
Tem de se mandar um cartãozinho,
Para desbloquear “aquela enorme angústia”.


Era um país onde os escroques não se demitiam,
E subiam nas sondagens da palermagem,

um país de bananas,


governado

por um filho da puta,

só à espera do segundo mandato para

mandar dar porrada em toda a gente,

uma espécie de neo-miguelista
da Lusitânia retardada.

Portugal fazia maratonas de cadeiras de rodas
com a Bulgária, a Roménia e o Cazaquistão

para ver qual ficava com
a Cauda da Europa e da Ásia,

na Economia e na Educação

E o Grande Timoneiro
ia sempre pendurado no estribo,

e já não era agora um ex-maoísta
e neo-oportunista,

mas a respeitável puta
Durão Barroso,

a soldo do Mundo inteiro dos Negócios,

com um iate sempre à espera dele,

nas poças pegajosas
da Cova da Piedade,

e já nem a Sousa Uva se queixava
de ter um marido com os cornos sempre enfiados
nas navegações profundas,

coitada,

estava fibromiálgica,

-- qualquer posição lhe arrancava gemidos --,

era uma doença da moda,
dava para estar semanas inteiras deitada,

e de perna aberta,

a servir de “guichet”
nos Entrefolhos da Incultura Londrina,

-- quanto não tem de se ser puta para chegar a tão vis cargos… --,
sem mexer uma anca,

só passando por debaixo do Pinto da Costa,

homem honrado dos tiros da porta de discoteca.

Um dia, a Fátima Felgueiras,
mais o saco azul dela,
por onde o valente cabrão
que tocava o diapasão,
tinha feito deslizar os “moneys”
da concessão dos tratamentos dos resíduos
a uns gajos franceses, cujo nome já esqueci,
descarrilou nas contra-curvas do IP-5,

a ESTRADA
ASSASSINA,

-- até a Maria, de Centro-Esquerda, ia para lá andar de trenó,

nos dias de grande humidade,

para aproveitar as inclinações,

era uma espécie de Sierra Nevada, mas sem neve,

só poças de sangue,

"nunca senti nenhum perigo,
havia só aquela emoção da montanha russa
da Feira Popular,
também só lá andei uma vez,
ficava muito longe da Vivenda Mariani,
do Heron-Castilho,
das sardinheiras de Belém" --,

já estamos na linha da frente,

da parte de trás,

direita

esquerda

volver

o PELOTÃO
DA
FRENTE,

a patinar no Pulo do Lobo,
e nos safaris de elefantes de tromba rija,
no Quénia,
quando não havia a variante do mulato de Salvador da Bahia,
de cada enterradela, havia cem decretos-lei que saltavam por aquelas bordas,
naturalmente,
como bonbons,
bem-bom,
e Malta já foi um refugo,
para consolar a Câncio,
a quem já nada dava prazer,
e que tinha aprendido com o Guilherme de Melo como uma senhora se deve comportar quando anda na esfrega com uma “m’lher” falsa d’Armani.

o Soares, senil, soltava bitaites na Praia dos Tomates,
mas ía ainda mais nu do que o próprio Rei,

mais o bêbedo do diz “NÃO”,

era sim-sim, senhor doutor,
caladinho que nem um rato,
quanto mais hipopótamo, mais alto,

"filho, os ossos da tua Economia já só parecem uma filigrana, por mais sondagens católicas que compres ao monhé da SIC-Notícias...",

as câmaras não largavam aquelas brancas de cinquentão vaidoso,
era uma espécie de Marco Paulo da Rua Castilho,
presunção e água-benta,
e sempre entalado entre dois amores,
um mais moreno e, o outro, a tomatada empalidada,
deus lhe perdoe,
ao cair dos noticiários,
completamente controlados,
entre gritos de “isso-passa-aquilo… não”
já só enfardava fatias de bolo-rei,
como o Cavaco d’outrora,

era Natal o ano inteiro,

-- mas só para alguns --

NATAL,

MAS SÓ PARA ALGUNS,


"atão,
senhor engenheiro,
isto vai,
ou não vai?..."

E ele fazia “jogging”,
A passear as hemorróidas por um Central Park Virtual,
No fundo, sempre a fugir de si mesmo,

"Não sei,
eu não leio jornais,
vivo numa E-realidade,
Irrealidade,
De Computadores obsloletos a 30 “contos”,
De tempo da peixeirada,
Para sacar um par de mamas decente da Net,
São só três horas de ligação,
E,
Para além do “Rio das Flores”
já não leio mesmo nada..."

O desemprego galgava durão-socraticamente por ali acima,
as gajas dos têxteis todas em casas de alterna,
Setúbal na soleira da porta,
As Brasileiras a fazerem tudo o que as Mães de Braganza pensavam ser pecado,
Mas tinham os maridos a praticar, mesmo ali ao lado,
e
a Agricultura vendida e revendida por tuta-e-meia, por uma bichona de bigode do Gran Canale, já na fase da peste da “Morte em Veneza”, a pensar no sacar ainda um broche ao puto andrógino

-- varreu-se-me o nome, não do puto, o do Ministro –

com os filhos dos latifundiários,
pagos para não produzirem,
todos no negócio da “branca”.


O da Economia já nem aparecia,
Só tinha estatísticas de putas e campos de golfe,
Do tráfico da heroína e do plutónio ficava mal falar:
Por muito menos, tinha a “Air Luxor” fechado as portas,
Com duas velhinhas com mochilas de 400 quilos,

Deus lhes perdoe,

-- É preciso ser mesmo muito velha, foda-se, para fechar uma companhia aérea com cadeados de Cocaína!... --,

Mas isso era a Retoma: por cada uma que fechava, havia cem outras que abriam,
A recibos verdes,
E com nome novo,
Para satisfazer os eternos vícios das Narinas do Poder,

“sniffar” é viver.


A Ota era uma derrota.


Um dia, veio o Mugabe,
E olhou-lhe bem para os olhos,
“olha lá, ó “Engenheiro”, quem do teu Governo é paneleiro?...”,
E todos assobiavam para o ar,
Excepto a Senhora Lourdes Rodrigues,
Em que só pegavam orangotangos em extinção,
E mesmo assim só numa de vazar colhão,
E a da boca grande,
Casada com o Carrilho,

Discretamente colocado em Paris,

Ao pé do Ferro Rodrigues,

Sabe-se lá por que intimidades,

E o país inteiro fantasmeava empresas e sacava fundos para a amigalhada,
os assessores e os senhores tutores da Casa Pia,
Para quem já só tinham sobrado os surdos-mudos,
Depois do material decente ter andado na Canzanada,
Enrolados com o pessoal poderoso.

As grandes obras do Regime eram a Inocência de Paulo Pedroso, a Eleição do Maior Português “Ever” e o “Atelier” do Lagoa Henriques,
Amigalhão do João Soares,
Que já nem com Viagra na boca lá ia,
Mamar na putalhada,
coitadinho.



ERAM TUDO

NOVAS

OPORTUNIDADES,

MAS

SÓ PARA ALGUNS,


300 000 diplomas do 12º Ano passados em 3 meses,
Deixavam prever a Globalização dos Doutoramentos,
Em 10 anos de Sistema,
Ia chegar o dia em que se venderia a chaputa no Bolhão,
Com um Canudo de Harvard na outra mão,
Mas era a Harvard dos saloios,
Tirar um Curso… ai, que Vilar de Maçada,
Quando a coisa podia ser mais maneirinha,
Um bilhetinho e umas noites passadas com o motorista no banco de trás,
À porta da Universidade,

e um passou-bem, ao Professor,
“Como está, Sr. Ministro!?...
Já está quase concluído, Senhor Doutor!...”,

e tudo o que não ia por dinheiro lá passava no travesseiro.

Tudo o que metia trafulhice,

neste Great Socratik

Disaster,

acabava sempre mal,
mais as escutas apagadas,
e as leis retroactivas, para poupar os que pegavam de empurrão,

e a palavra de ordem era a de SACAR,

mas saudavelmente:
Um Camelo na Cultura,
Um Manoel de Oliveira, cheché e centenário,
E um Saramago, de cadeirinha de rodas, a vomitar grécias atrás de grécias do Feio,
e Os Lindos Olhos na Educação
-- a "Mariana", em qualquer sítio do Mundo, andaria a rodar só filmes de terror –-
Mas cá fechava Universidades de Diplomas ao Sábado, e entalava o Ensino Público no torniquete da carteira recheada,
Vales o que compras!...,
Graduas-te no que pagas!...

o Valter Lemos era Secretário de Estado da Ignorância -- Secundário prâ quê???... –depois de tantas faltas injustificadas,
Nulo, até à quinta-feira

THE

GREAT SOCRATIK

DISASTER



parecia o Grande Funil dos Analfabetos,
As novíssimas oportunidades do sabe-chão,
a galope para o fundo do cóccix europeu,
E asiático e africano,
e o outra mascava bolo-rei;
a Maria
-- burra com'às casas --
fazia tricot,
uma mantinha para os dias de Inverno,
que deus no-lo traga brando,
-- roubada no avião, como rezava outrora o Portas



-- (Grande voz nessa altura,


ASSIM REGRESSASSE ELE!...) --


Mas não pode:
De cada vez que abre a boca,
As Secretas da Paneleira põem-lhe um processo antigo em cima.
Querida,
para si,
o Mundo é uma manta e uma côdea,
e o Taveira,
por detrás,
já se esquecera d'enrabar,

"--Srª Dª. Maria Cavaco Silva,

que pensa
das enrabadelas
da Casa Pia?...

-- Eu não acredito nessas coisas;

sexo,

só para procriar,

e a semente deixada em vaso próprio,

e mesmo assim, com cautelinha,

cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém...,

mas deixe-me estar sossegada,

que estou a ver um programinha do Sr. Hermann José,

Quando ele se põe a imitar os Gatos Fedorentos -- só à metralhada... –

Parece mesmo o meu maridinho a falar,

Não gosta de quando o Aníbal abre a boca...

O Mundo, agora, é um Berardo,

A zanzar nos arredores da merda,

E falar encriptado de moscardo.

Adoramos: parece um milho transgénico,

À caça de Apitos Dourados.

"Era tudo tão bom nesta altura,

o dia começava pela manhã e acabava à noite,

a hora era a mesma da Venezuela,

E o criminoso Khadafi levantava as saias para lhe mostrar o Mangalhão

-- era dia de Cimeiras de Cooperação, e não havia Orgasmo de Cópula que lhe falhasse --

para se poder começar a especular e a dar golpadas na Bolsa mais cedo,

ano terrível,

de seca,

mas com o sol a pôr-se grandiosamente nas dez horas do seu Verão prolongado,

as vacas ainda não andavam loucas,

E a Função Pública não era o tiro ao alvo favorito dos vícios privados dos Amigos do Alheio

e a própria sida só dava ainda nos animais,

Com as galinhas todos constipadas,

Para o povinho andar sempre num perpétuo Pânico,

-- Ordem explícita de Bilderberg!... --,

Que pagava fortunas para o Laden gaguejar papéis antigos, nos quais já nem ele mesmo acreditava,

Uma bomba aqui, outra ali,

Que coisa era essa, para um país solenemente assentado no tráfico de armas?...

O BCP, surgido, e ressuscitado, crescia em desnaturadas dezenas por cento de lucro, e era o BES e o BPI, mas toda a gente achava natural, porque a divina ou era divina, ou surgia por causas naturais;

a Amália já não era era viva,

e era pena

nem viva aquela santa Lúcia que ainda tinha visto a Senhora,

mas tínhamos o Mourinho da Mafia Russa, e o Madeirense que só entesava de saltos altos, e aquela da carapinha pintada de louro, que mostrava uma goela que nem a Senhora de Boca Guedes;

Construímos a Casa da Música,

um horror,

que custou, como sempre, trinta vezes mais do que os arranha-céus com que Xangai redesenhava o Mundo,

e na Defesa íamos de vento em popa:

Só Afeganistões e Rotas do Ópio,

E soldados trapalhões, a brincar às granadas na Bósnia, que nem sabiam onde ficava, tempos menores aos pés do Grande Cavaquismo,

em que íamos para a Guerra do Golfo na carcaça Gil Eanes,

um velho porão,

à Solnado,

de transportar sacos de batatas;

e os Americanos,

quando viram aquilo,

puseram-no logo num porto de retaguarda,

não fosse afundar-se e bloquear o Golfo,

coisa boa,

o Ministro da Defesa,

sucessor do pedófilo Eureco de Milo,


a reserva moral do P.S.D.,


Vice-Rei do Norte,
com primeira dama de honor, o "Major" Valentim Loureiro,
que distribuía,
já não me lembro bem,
se fogareiros, se micro-ondas
(pelo nível, suponho que fossem fogareiros…),
o Ministro da Defesa,
sucessor do Vice-Rei dos Putos
-- um borra-botas cujo nome se me varreu --,
quando descobriu que aquilo era mesmo sucata,
foi para o largo dos Açores,
tentar enfiar-lhe o cavername no fundo do Mar,
com munições do tempo do Gungunhana,
aquela merda estoirou toda fora do previsto,
era Sua Excelência aos berros,

PREGO A FUNDO!...

que ainda apanhamos com algum estilhaço nos palitos!...,
e apanharam,
e não foram poucos,
a raiva popular todos os dias lhes dava com estilhaços nos cornos,
eram ministros das finanças atrás de ministros das finanças,
com as contas públicas no mais vergonhoso descalabro,
E o Cadilhe,
e a pirosa casa do Cadilhe, nas Amoreiras,
e o Borges de Macedo,
parecia um pelicano,
com a queixada a arrastar,
e a Ferreira Leite posta na rua,
porque já nessa altura trocava os zeros todos,

era o PAÍS DOS ZEROS,

dos zeros do Catroga,

dos zeros do Lá Féria,

dos zeros da Beleza e dos irmanastros,

da Beleza velha,

que dava golpadas na secretaria do Ministério da Saúde,

dos zeros da Dona Branca,

dos zeros do Pedro Caldeira,

dos zeros dos poemas de um labrego que era deputado, e fazia rimas à Manel Alegre,

mas ainda mais pobre,

dos zeros dos putos sacados pela noite à Casa Pia, para visitarem Ministros e Embaixadores,


"-- Srª. Dª Maria Cavaco Silva, que pensa da Pedofilia?..."
"-- Credo, que horror,

graças a deus

que essas coisas

não "há-dem" haver nunca

em Portugal!...

Olhe, desculpe

não lhe poder dar mais atenção,

mas estou a ver este programa cultural

do Sr. Nicolau Breyner..."


Dos zeros e da pobreza,

apesar dos 3 orçamentos,

mas como poderia haver orçamentos que resistissem, com tanta mão a ROUBAR!...


ERA SEMPRE NATAL,
MAS SÓ PARA ALGUNS,



Foi-se à urnas e levaram duas carimbadelas
de seguida

"NÃO!...",

nas Legislativas,

e "NÃO!..."

no Cavaco para Presidente,
coitado,
pensava que se branqueava em dez semanas de DEZ ANOS de imundície, pilhagem e regresso à barbárie.
Nem dez anos,
nem cem anos, filho!...,
O problema foi quando o Sócrates te deu a mão,
E te puxou para os poiais de Belém,
Era a dupla-maravilha,
-- Mais a Maria, a fazer publicidade aos “Swatch”,
Que lhe ficavam… “giros”,
Como aquelas chitas em que ela se enrola --,

Um, a fazer, em quatro semestres, dez milhões de vezes pior do que o outro tinha feito em dez mais um ano de ensaios


THE GREAT SOCRATIK

DISASTER!...


Foram todos votar na fraca figura do Zé,
Que fazia falta,
eram os pés-descalços todos,
Da Esquerda Caviar,
A falar de Revolução,
Mas a Revolução foi pôr a Maria José Morgado a servir de cobertor a tudo o que podia arder,
Mais o marido a aconselhar empréstimos de 400 000 000 de Euros,
Quantia que o cidadão leitor jamais verá,
Mas terá de pagar em seu nome e gerações vindouras,
Grandes cabrões, 60 000 votos a comprometerem nações inteiras


Ó, António,


telefona lá ao teu pai

a dizer que já és

“torrado” e presidente!...



Pai,

já sou chamuça!...,


E as criancinhas a nove euros à hora, fingiam o Ensino de Sucesso,

Mais as velhas de Mafra, que passavam para dar um beijinho a um tal de Sr. Sócrates que diziam que ainda era filho, parece que adoptivo, do Doutor Salazar,

Que grande homem,

Vamos todas votar nele outra vez,

Coitado do homem, só quer é governar,

E vai governar para sempre,

Deixem-no trabalhar,

Nem que seja com maioria simples,

Porque simplesmente maioritário,

Eu seja cego, surdo e mudo,

Qualquer partido do Parlamento imediatamente com ele se coligará,

O CDS, por causas naturais;

O PSD, por coincidências de 500 anos de convergência;

O BE, porque foi criado, mesmo, para essas duras horas de angústia,

E o PC, com o pretexto de os puxar um bocadinho mais para a Esquerda.

A Esquerda,

Em Portugal,

Cu do Mundo,

Chama-se, neste dia aziago,

Hora histórica da nossa Demissão,


BILDERBERG,

E descobriu dois fantoches de cauda presa e rabos de palha,
Para fazer passar o Tratado do Sonho de todos os Hitleres, Estalines e Napoleões: A Alemanha, da Chancela-Fufa, mais a França, de Napoleão IV, e a Inglaterra, céptica, mas de Maddie ao colo,
O sonho de todas as video-vigilâncias,

E Portugal ficará do tamanho do Luxemburgo,
Mas com o peso real de um Mónaco,
mais os seus velhos vícios todos, e a má-consciência, do tamanho de uma desgraça igualíssima às infindáveis estepes da Grande Rússia,que foi nisso que esta corja nos tornou.

domingo, 14 dezembro, 2008  

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