segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PORTALEGRE CIDADE NO ANO DA GRAÇA DE 2009

Voltemos à cidade e a algumas reflexões que angustiam quem aqui nasceu...
Em primeiro lugar o espírito lagóia e uma das suas facetas: a admiração pelo estrangeiro e a de que a galinha da minha vizinha é sempre melhor que a minha.
Está a decorrer uma feira de Natal na Nerpor e, a avaliar pelos amigos comerciantes com que falei, os resultados são desastrosos como o prova a saída prematura de alguns comerciantes de fora de Portalegre e os dois(?) artigos que dois comerciantes meus conhecidos conseguiram vender.
Entretanto a caminho de Badajoz ou de Castelo Branco é um corropio de gente que, parece, se envergonha ou acha mais cool ou chique comprar fora de Portalegre.
É verdade que nem sempre o comércio local é o mais atractivo e faz o que tem a fazer...
Ainda ontem, junto ao Palácio da Justiça fui abordado por um automóvel de matrícula estrangeira cujos ocupantes procuravam dois conhecidos restaurantes da cidade, os únicos que queriam conhecer porque tinham sido indicados pela sua qualidade e pela relação preço/qualidade.
Acontece que, vindos do sul da cidade, tinham passado a vinte ou trinta metros de qualquer deles.
Não haverá dinheiro para umas placas que indiquem restaurantes ou outros locais de referência que qualquer estranho desespera por encontrar?

Por uma vez decidi fazer um reconhecimento, a pé,dos diferentes arruamentos e urbanizações daquilo que genericamente se costuma designar por Assentos.
Foi uma surpresa pois, a par de urbanizações recentíssimas, há jardins, ruelas , caminhos de terra batida e hortas num estilo próximo da Brandoa ou Reboleira pela sua desorganização.
Neste processo não há inocentes.
Há trinta ou quarenta anos começou-se um processo de alargamento da cidade, dito de urbanização, que transformou a cidade num caótico aglomerado de bairros e urbanizações que parecem semeadas ao sabor do vento...
Entretanto sugere-se a quem tem responsabilidades que faça o trajecto Assentos/casco histórico para ver, logo na Rua de Elvas, o resultado desta urbanização desenfreada, casas a cair, o abandono e a desertificação...

Para ajudar mais uma grande superfície se começa a construir no sul da cidade enquanto o casco histórico agoniza e se vão criando ilhas de abandono e desertificação.
Exemplos?
Esperamos para ver o que irá acontecer nos terrenos da Moagem ou dos antigos Lanifícios e qual o destino da Hotel D.JoãoIII.
Para quem ainda não percebeu como ultrapassar o problema sugerimos uma consulta aos estrategas do El Corte Inglés que constroem no centro das cidades, uma visita aos Le Printemps ou às Galerias Lafayette que ocupam zonas emblemáticas de Paris ou Berlim ou, para não ir mais longe, o que fazem algumas cidades portuguesas, como, por exemplo, a Guarda.
Como o mal já está feito urge remediar...
Sugestões?:
- avaliar com cuidado os projectos para os espaços atrás referidos não criando mais urbanizações que, a julgar por algumas que vi, vão ficar desertas pois, depois do esvaziamento de algumas freguesias rurais, não é de esperar que os concelhos vizinhos decidam transferir-se para a cidade...
Aliás teria sido preferível que o tal centro comercial ocupasse um desses espaços, pois como os próprios comerciantes da Rua do Comércio reconhecem, essa localização seria uma oportunidade para a dinamização do comércio tradicional.

Embora as notícias e os tempos não sejam de grande animação Boas Festas para todos.


Jorge Mangerona

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