terça-feira, 29 de setembro de 2009

EDIÇÃO DE AMANHÃ DO ALTO ALENTEJO


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1 Comentários:

Anonymous Gabriel Silva disse...

Enquanto o parlamento for constituído essencialmente por bonzos e paus mandados das direcções partidárias, transformando as eleições legislativas quase que numa escolha directa do PM, mantêm-se a necessidade de um contra-poder com igual legitimidade, via voto directo, que é o PR. Um dia poderá ser diferente, com círculos uninominais, extinção do poder legislativo do executivo, etc. Mas para já é o sistema que mantêm algum equilíbrio.

Nada mais natural portanto que cada um dos presidentes acabe por entrar em conflito com um dos seus PM. São duas legitimidades praticamente iguais e nenhum PR gosta de passar muito tempo a assinar leis sem ter nada a dizer sobre as mesmas. Com Soares, ele lá ia dizendo, com as suas habituais gaffes e asneiras, o que queria e fazendo oposição descarada, o que ainda assim é natural neste sistema. Sampaio, pouco dotado para o discurso aberto optou por se refugiar na caneta do veto, marcando a sua posição. Por 75 vezes, um recordista. Todos os anteriores PR acabaram por dissolver parlamentos, não se prevendo que venha agora venha a ser diferente. É mesmo só questão de timing.

Mas, ao contrário dos seus antecessores, Cavaco nunca tinha dado qualquer sinal de contrariedade, nenhum aviso de que não seria pelo caminho traçado pelo governo que se deveria ir. Divergências pontuais eram de natureza da forma ou laterais. O que o deixou verdadeiramente enxofrado, foi a forma como teve de se dobrar no caso dos Estatutos dos Açores (por erro seu, note-se). Desde aí a coisa azedou. Mas não do ponto de vista politico, como os seus antecessores, descontentes com as soluções governativas. Com Cavaco parece ser mais despeito. Os recentes episódios e a forma como com eles «lidou» parecem dar a entender que resolveu abrir uma guerra com o partido do governo. Mas até ao momento, a coisa não parece ter um carácter de divergência política sobre a governação, mas meramente particular. De remoques pessoais e pura intriga. Pode ser que ele pretenda transformar esses episódios em questões de divergência política que sejam por todos perceptíveis. Mas o facto de ter aberto o conflito antes mesmo da apresentação de qualquer programa de governo (perante o qual lhe seria legítimo levantar duvidas sobre a sua razoabilidade ou eficácia, na linha do que é, no actual sistema, o papel do PR, ainda para mais com governo minoritário), parece indicar que tal motivo lhe será indiferente. Ou quando muito, provável pretexto para algo que na sua essência é pessoal. O que de todo não parece nem saudável nem legítimo.

sexta-feira, 02 outubro, 2009  

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