CONTRA ESTA 'ESTABILIDADE'
Nas últimas semanas temos ouvido e lido uma palavra que, de repetida, se torna numa fastidiosa obstinação: "estabilidade." Há uma falsa serenidade, uma ilusória mansuetude no bojo desta palavra solitária. Lembrou-me, com as distâncias que a sensatez recomenda, a famosa "paz dos cemitérios", de António Sérgio. A sua utilização sempre me sugeriu, por associação de ideias, algumas frases intranscendentes que, rigorosamente, a explicam e justificam: "tenha paciência", "coma e cale-se", "quietinho no seu cantinho."
Talvez esta modesta reflexão pareça, aos olhos dos meus leitores, arbitrária e até delirante. Não o é. Vejam vocês: o que se nos pede e, subtilmente, se nos propõe é o voto no partido que, segundo os seus trompetistas, garante a calmaria social, a tranquilidade nos espíritos, o sossego nas reclamações. Tem-se visto. Batucam esta tecla com intimidante teimosia. O próprio dr. Cavaco introduziu, no seu habitual e insípido discurso, a palavra obsessivamente repisada, acaso presumindo que ela detém uma irredutível integridade.
Há um tédio recíproco entre o partido que nos pede o voto na "estabilidade" e nós, amolgados pelo triste horror do dia-a-dia, e desalentados com a nossa própria imprevidência, que, um pouco levianamente, lhe deu, há quatro anos, a maioria absoluta. Por outro lado, no conclave de Espinho foi demonstrado que existe um fervor militante espantoso, o qual permitiu, à maneira de Kim Jong-il, um unanimismo jubiloso e compacto a apoiar o líder.
A "estabilidade" não resolve problema algum, num "país embebedado pela classe política", como disse, anteontem, na SIC, o prof. Medina Carreira. A "estabilidade", contida na tal maioria absoluta, é a escora de um edifício moralmente doente, socialmente inepto, politicamente vazio, desinteressado do bem comum. Esta maioria absoluta em que sobrevivemos dramaticamente pode servir de lição às nossas decisões próximas e futuras. A "estabilidade" é redutora: inibe o debate, impõe as regras de um jogo de antemão falsificado, e apenas consente quem obedece ao suserano.
O apelo à "estabilidade" pressupõe, praticamente, o confinamento das vozes dissentes. Cujas reivindicações só encontram limitado eco no Parlamento e numa que outra das televisões. E o espectro da "desestabilização" serve para atemorizar aqueles que pensam não haver alternativa. A verdade é que podemos proceder à alteração deste rotativismo, de tão exangues exemplos no século XIX. Portugal é governável sem maiorias absolutas. Os políticos têm, somente, de atender ao espírito de missão. O que me parece arredio dos cálculos desta gente.
Baptista-Bastos
Diário de Notícias
11 de Março de 2009
Talvez esta modesta reflexão pareça, aos olhos dos meus leitores, arbitrária e até delirante. Não o é. Vejam vocês: o que se nos pede e, subtilmente, se nos propõe é o voto no partido que, segundo os seus trompetistas, garante a calmaria social, a tranquilidade nos espíritos, o sossego nas reclamações. Tem-se visto. Batucam esta tecla com intimidante teimosia. O próprio dr. Cavaco introduziu, no seu habitual e insípido discurso, a palavra obsessivamente repisada, acaso presumindo que ela detém uma irredutível integridade.
Há um tédio recíproco entre o partido que nos pede o voto na "estabilidade" e nós, amolgados pelo triste horror do dia-a-dia, e desalentados com a nossa própria imprevidência, que, um pouco levianamente, lhe deu, há quatro anos, a maioria absoluta. Por outro lado, no conclave de Espinho foi demonstrado que existe um fervor militante espantoso, o qual permitiu, à maneira de Kim Jong-il, um unanimismo jubiloso e compacto a apoiar o líder.
A "estabilidade" não resolve problema algum, num "país embebedado pela classe política", como disse, anteontem, na SIC, o prof. Medina Carreira. A "estabilidade", contida na tal maioria absoluta, é a escora de um edifício moralmente doente, socialmente inepto, politicamente vazio, desinteressado do bem comum. Esta maioria absoluta em que sobrevivemos dramaticamente pode servir de lição às nossas decisões próximas e futuras. A "estabilidade" é redutora: inibe o debate, impõe as regras de um jogo de antemão falsificado, e apenas consente quem obedece ao suserano.
O apelo à "estabilidade" pressupõe, praticamente, o confinamento das vozes dissentes. Cujas reivindicações só encontram limitado eco no Parlamento e numa que outra das televisões. E o espectro da "desestabilização" serve para atemorizar aqueles que pensam não haver alternativa. A verdade é que podemos proceder à alteração deste rotativismo, de tão exangues exemplos no século XIX. Portugal é governável sem maiorias absolutas. Os políticos têm, somente, de atender ao espírito de missão. O que me parece arredio dos cálculos desta gente.
Baptista-Bastos
Diário de Notícias
11 de Março de 2009
Etiquetas: Portugal um País de Bananas Governado por Sacanas
13 Comentários:
Moralmente doente
encontra-se a nossa democracia,
quem está contente
padece de democrática iliteracia.
A mansuetude é ilusória
com esta falsa serenidade,
a arrogância censória
ganha contornos de imbecilidade.
O mexilhão paciente,
sentado no seu cantinho,
não tolera esta política despiciente,
não devendo ficar quietinho!
Os políticos trompetistas
com as suas músicas aberrantes,
não passam de ineptos moralistas
de verborreias delirantes!
A sacrossanta estabilidade
defendida pelo “socialismo” embebedado,
tem dado cabo da civilidade
neste país degradado!
O mexilhão civilizado
condena a estabilidade redutora,
este “socialismo” tem desprezado
a sua matriz directora!
Pior MUITO PIOR que o Melancia é a MANUELA MENDES.
MANUELA MENDES é que é a RESPONSÁVEL-MOR pela eminente falência da Robinson!
VIVA O SIMPREX DA TERESA NARCISO!
Com o simprex tudo melhora! principalmente a conta bancaria dela!
É uma vergonha o dinheirão que ganha para não fazer nada.
É o Simplex, são as viagens para Aveiro, são as peixeiradas no corredor com todos os funcionários, é o ajoelhar constante ao presidente seja ele qual for, essa gaja não tem vergonha na cara.
Deixa os pais a porta da CMP e não os deixa entrar só com vergonha porque o Sr. vende picão...
O Sr. pode vender picão mas é muito mais decente que ela.
Nem merecem a filha que tem...
Então não é que para fazer a árvore de natal humana meteu a mãe a apanhar ramos de árvore para enfeitara dita árvore...
Pela frente diz que gosta muito do presidente e do biscainho mas nas costas é só dizer mal deles.
Não perde uma oportunidade para dizer mal e dizer que não tem partido.
Diz que não tem partido porque quer estar sempre a mamar... já era assim no tempo do Amilcar...
Essa tal de Teresa deve de andar a chatear muita gente....
Neste caso é mesmo a incompetência, e a falta de objectivos globais, e em prol da melhoria, já que mais não seja do serviço que chefia, colocando em primeiro plano sempre os seus objectivos pessoais, que são legítimos, mas que não deviam arrastar toda a cmp, ou pelo menos a parte em que ela manda, claro que depois, lá vêm a peixeiradas nos corredores, diariamente, quando as coisas, não são todas como ela quer, ou as pessoas não lhe fazem as vontades.
Mas tem se lhe tirar o chapéu, porque sorte, ou não lhe falta ou ela sabem fazer-se a ela, que ela lá está a bater um bruto ordenado.
E o pessoal sentados a ver a apanhar seca no atendimento da cmp, horas e horas, e vezes e vezes, para resolver qualquer coisa.
falando de incompetencia e de chefias...há uma por aì que se parece com esta que falam...ou melhor devem haver muitas...lá para os lados dos bombeiros! Mas como diz o povo...todas elas têm sorte!
Quais bombeiros os das grandes viaturas (amarelas) que a Câmara utiliza para limpar as matas... uhhh há que se passei numa bruta viatura ..
das viaturas amarelas e das vermelhas!!
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