ROMPIMENTO INAUGURAL
A BEM DA VERDADE deve dizer-se que os Srs. CARLOS EURICO DA COSTA, HENRIQUE RISQUES PEREIRA, FERNANDO ALVES DOS SANTOS, PEDRO OOM, MÁRIO HENRIQUE LEIRIA e ARTUR DO CRUZEIRO SEIXAS (este ausente em África) não tomaram conhecimento prévio do texto histórico que acompanha nas lombadas «A AFIXAÇÃO PROIBIDA" (o que aliás foi vulgar nos anteriores manifestos colectivos surrealistas).
O dito texto é totalmente da autoria dos Srs. ANTÓNIO MARIA LISBOA e MÁRIO CESARINY DE VASCONCELIOS, conforme originais manuscritos em poder da tipografia, os únicos que possuíam como antigos e já agora sós membros do Grupo Surrealista de Lisboa, autoridade moral para o fazer. Se os Srs. Costa, Pereira, Santos, Oom, Leiria renegaram ou não a sua obra deles, se tinham obra para renegar, se comem sopa ou comem bifes, isso é lá com eles e com quem sabe ou parece saber tanto das suas vidas. O organizador da presente edição d' "A Afixação Proibida", Sr. Luiz Pacheco, nada tem a ver com tais temas, nunca se disse surrealista (e praza a Deus que nunca o seja) e desde logo considerou o dito texto vulnerável, muito vulnerável - por unilateral (e faccioso). Mas deram-lho para publicar e publicou, como era da sua obrigação.
Entretanto, repele todas as ameaças, pressões, chantagens e mais porcarias com que por alguns dos atrás mencionados indivíduos (excepção feita para ANTÓNIO MARIA LISBOA, cuja posição um decoro mínimo OBRIGA A RESPEITAR - ouviram senhores? sois capazes disso?) tem sido assediado nos últimos dias, atitude de uma falta de humor ou de heroísmo, incompreensíveis em tipos que pareciam trazer à vida portuguesa uma mensagem do maior desassombro poético.
Lisboa, 8 de Setembro de 1953, aqui ou em qualquer parte,
SAÚDE E BICHAS
LUIZ PACHECO
O dito texto é totalmente da autoria dos Srs. ANTÓNIO MARIA LISBOA e MÁRIO CESARINY DE VASCONCELIOS, conforme originais manuscritos em poder da tipografia, os únicos que possuíam como antigos e já agora sós membros do Grupo Surrealista de Lisboa, autoridade moral para o fazer. Se os Srs. Costa, Pereira, Santos, Oom, Leiria renegaram ou não a sua obra deles, se tinham obra para renegar, se comem sopa ou comem bifes, isso é lá com eles e com quem sabe ou parece saber tanto das suas vidas. O organizador da presente edição d' "A Afixação Proibida", Sr. Luiz Pacheco, nada tem a ver com tais temas, nunca se disse surrealista (e praza a Deus que nunca o seja) e desde logo considerou o dito texto vulnerável, muito vulnerável - por unilateral (e faccioso). Mas deram-lho para publicar e publicou, como era da sua obrigação.
Entretanto, repele todas as ameaças, pressões, chantagens e mais porcarias com que por alguns dos atrás mencionados indivíduos (excepção feita para ANTÓNIO MARIA LISBOA, cuja posição um decoro mínimo OBRIGA A RESPEITAR - ouviram senhores? sois capazes disso?) tem sido assediado nos últimos dias, atitude de uma falta de humor ou de heroísmo, incompreensíveis em tipos que pareciam trazer à vida portuguesa uma mensagem do maior desassombro poético.
Lisboa, 8 de Setembro de 1953, aqui ou em qualquer parte,
SAÚDE E BICHAS
LUIZ PACHECO
Pacheco Versus Cesariny
Folhetim de Feição Epistolográfica
Etiquetas: Litratura, Luiz Pacheco
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