segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O PORTALEGRENSE RUI CARDOSO MARTINS É O VENCEDOR DO GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE E NOVELA

A obra Deixem Passar o Homem Invisível, de Rui Cardoso Martins, foi distinguida com o Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (APE/DGLB), foi hoje anunciado.



Deixem Passar o Homem Invisível, editada pela Dom Quixote, foi a obra escolhida pela maioria dos membros do júri deste ano presidido por Eugénio Lisboa e constituído ainda por Luís Mourão, Luísa Mellid-Franco, Pedro Mexia e Serafina Martins. Apenas Eugénio Lisboa teve outra escolha para o galardão deste ano, tendo-se manifestado a favor de “O Chão dos Pardais”, de Dulce Maria Cardoso (Asa), avança a APE em comunicado.

A obra de Rui Cardoso Martins, que irá receber um prémio pecuniário de 15 mil euros, foi a escolhida entre as 85 a concurso. Deixem Passar o Homem Invisível é o 24º trabalho distinguido pela Associção Portuguesa de Escritores.

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40 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Um grande abraço para um colega de escola primária na Praceta, aula da Professora Cecília... Que saudades desse tempo...
Parabéns Rui!

segunda-feira, 13 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Parabéns...

segunda-feira, 13 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Penso que este Rui teve muita sorte.

Mas não tenho a certeza...

segunda-feira, 13 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Pelo menos este livro é verdadeiro e não um plágio...
De plágios está Portalegre farta!

Parabéns Rui Cardoso Martins

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Bem observado essa do plágio.
Já nem me lembrava da outra palhaçada.
E para quem como eu já esquecera veja em

http://emportalegreplagio.blogspot.com/

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Mais um Portalegrense a elevar o nome da nossa cidade, ao contrario de tantos...

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Chegou em boa hora o Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas para Rui Cardoso Martins, pela sua segunda obra, Deixem Passar o Homem Invisível, editado pela Dom Quixote. "Andava muito desanimado com o Benfica!", brinca o escritor, que é também cronista do PÚBLICO, face ao mais importante prémio para a literatura portuguesa (contempla obras publicadas no ano anterior à atribuição).

Mais a sério, explica que ficou "obviamente contente", até porque a lista dos anteriores vencedores é credível, destacando José Cardoso Pires e António Lobo Antunes. Este último foi um dos quatro escritores que bisaram - os outros três foram Virgílio Ferreira, Agustina Bessa-Luís e Maria Gabriela Llansol.

O vencedor foi escolhido entre 85 obras de ficção publicadas por 33 editoras e conta-nos a viagem de um advogado, cego desde criança, e de um menino escuteiro através de uma Lisboa subterrânea para onde foram impelidos depois de uma enxurrada, enquanto à superfície se tenta encontrar forma de os resgatar.

O poeta e crítico literário Pedro Mexia sublinha que "é um livro de várias camadas", sobre a Lisboa que atravessamos todos os dias, mas que não conhecemos; "uma espécie de investigação sobre a Lisboa invisível, para onde confluem duas das facetas do Rui Cardoso Martins, a de jornalista e a de humorista."

O prémio surge depois de o escritor ter passado "meses complicados", como diz numa alusão à morte, no ano passado, da mulher, a crítica literária e editora Tereza Coelho. Uma "tragédia pessoal" a que se seguiu "algum desânimo". Agora diz-se outra vez pronto para a escrita. "Com a ajuda dos amigos, adquiri força. É preciso muita para escrever. Não levo isto de forma fácil. É-me difícil. É uma responsabilidade grande."

Foi exactamente ontem que decidiu que iria voltar à escrita. Espera-o o terceiro livro. "Assim, com o prémio, faz mais sentido", afirma. E volta a brincar com o seu clube. No ano passado o Benfica foi campeão. Agora conta três derrotas em quatro jogos. "Relaxaram com a vitória. A vitória é um dos problemas dos vencedores. Espero não cair nessa armadilha."

Vítor Belanciano
PÚBICO

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

"Deixem passar o homem invisível", de Rui Cardoso Martins, foi o vencedor da edição deste ano do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), no valor de 15 mil euros. A decisão foi tomada por maioria.

A história de um cego e de uma criança que, devido a uma série de acasos, travam uma relação de amizade serve de base ao romance agora galardoado.

Publicado em Junho do ano passado pela Dom Quixote, "Deixem passar o homem invisível" debruça-se sobre o percurso de um advogado, cego desde os oito anos, que, durante uma enxurrada de dimensões bíblicas em Lisboa, acaba por cair numa caixa de esgoto aberta, nas imediações da igreja de São Sebastião da Pedreira. Idêntico destino tem um escuteiro que regressava de uma actividade no mesmo local.

O que o livro descreve é, pois, a viagem de ambos, através de uma Lisboa subterrânea, enquanto cá fora são tomadas todas as medidas para os salvar.

Reunido pela terceira vez, o júri, constituído por José Correia Tavares, Luís Mourão, Luísa Mellid-Franco e Pedro Mexia, deliberou por maioria atribuir o galardão ao segundo romance de Rui Cardoso Martins. A única excepção foi Eugénio Lisboa, que votou em "O chão dos pardais", de Dulce Maria Cardoso.

Nascido em Portalegre em 1967, Rui Cardoso Martins é escritor, jornalista e argumentista. Foi fundador das Produções Fictícias (co-criador e autor de "Contra-informação" e "Herman Enciclopédia", entre outros programas). No cinema, é autor do guião de Zona J e co-autor da longa-metragem "Duas mulheres".

O seu primeiro romance, "E se eu gostasse muito de morrer" (Dom Quixote 4.ª Edição), foi publicado em Espanha e na Hungria. Tem contos editados em diversas revistas literárias (Ficções, Egoísta, Magyar e Lettre Internationale). Concorreram ao Grande Prémio de Romance e Novela da A.P.E. 88 escritores, pertencentes a um total de 33 editoras.

Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes, Maria Gabriela Llansol e Agustina Bessa-Luís foram os únicos autores que venceram por duas vezes.

JORNAL DE NOTICIAS

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Não, não conheço o livro, confesso.
E sim, gosto do Rui.
E detestei o 1º livro. Independehntemente da "veia" artística de cada um, não se pode nem deve - não é brincar - é expôr o sofrimento dos outros.
Não, a credibilidade do Rui, para mim será muito difícil readquiri-la depois de expôr as feridas de portalegrenses sem qualquer direito a imiscuir-se nessa vida e nas suas dores.

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Mas o Rui só falou do que é a porcaria de Portalegre...não é mal nenhum a verdade deve sempre ser focada, o que é está terra? uma terra pobre, sem objectivos sem estratégias, sem nada que prenda cá a malta.!!!! È o Zé da Mata que já nada faz a adelaidesinha que é uma frustrada a manteiga uma rejeitada da vidinha que levou , só o GNR, lhe pega...A Xanax uma barata tonta o Camões um rejeitado pela familia o panascas de Marvão um coitadinho, Etc,etc..

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Então e as duas listas do PSD ??? Um mimo nem o Zé já controla aquilo está tudo a fugir-lhe. Porque será?????

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

entãm e eu???e eu? na tou na listinha psd?

aí que vai aber merd!

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

mas quem é que é o novo assessor da engenheirinha de Arronches?

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Mas quem é o panascas de Marvão?

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Rui Cardoso Martins

Viagem entre a vida e a morte pelas entranhas de Lisboa

Há uma catástrofe em Lisboa. Um cego e uma criança caem num esgoto. Caminham por baixo da terra, a contar histórias um ao outro. Rui Cardoso Martins acredita que há palavras que salvam. Mas nós nunca mais vamos andar por Lisboa da mesma forma depois de ler "Deixem Passar o Homem Invisível".

Igreja de S. Sebastião da Pedreira (sem o autor)

Julho e, olá, que é isto? De repente o céu desce, Lisboa muda de cara, uma chuva fina como picos de água com gás, e flores de buganvília a rodopiarem na sarjeta, sopradas pelo vento. Pelo menos desde 1755 sabemos que todo o mal pode acontecer, e quando faz sol não se acredita. Até parece que temos os pés no chão. Mas o chão é só uma tampa entre nós e o fundo. E no fundo, basalto, vermes, ratos. Pedacinhos de ossos, diria Camilo Pessanha, se não fossem mesmo esqueletos inteiros.

Por exemplo, aqui, em S. Sebastião da Pedreira, o Marquês de Pombal "mandou abrir uma sepultura para milhares de corpos", lembra Rui Cardoso Martins em "Deixem Passar o Homem Invisível", o seu segundo romance. "A zona que vai desde o Parque, ali acima, até debaixo dos armazéns espanhóis e provavelmente parte desta encosta, serviu de vala comum no Terramoto de 1755."

Não se pode andar em Lisboa da mesma forma depois de ler este livro e o largo de S. Sebastião é só o princípio - da viagem entre a vida e a morte que é o livro, e da conversa peripatética que o Ípsilon propôs ao autor.

O encontro ficou marcado para as 11h30 e agora são 11h15, o autor ainda não chegou. Dá para entrar na igreja e procurar aquele anjo azul com uns olhos raspados amarelo-gema, dois sóis no lugar dos olhos. Está na capa do livro.

A igreja tem uma escada de cada lado e ao cimo uma varanda. Há um som de broca no ar, as cáries de Lisboa sempre em reparação. Mas quando se empurra a porta de vidro, a temperatura cai e a cidade desaparece. Fica aquele silêncio das igrejas que cheira a pedra fria e a lamparina.

António, o cego do livro, também faz isto. Entra com a sua mulher na igreja para ver as cenas em azulejo. "Ver não é um verbo proibido entre os cegos, pelo contrário", aprendeu o autor.

Fachada e escadarias enganam. A igreja de S. Sebastião é inesperadamente pequena. Altar em talha dourada, paredes cobertas com a vida do santo, três nucas de mulheres e uma nuca de homem entre os bancos corridos.

Mas há outro homem de pé, agarrado às grades da capela baptismal, como faria um prisioneiro.

Quando ele sai é possível espreitar a imagem por cima da pia, presumivelmente João Baptista a baptizar um Jesus de mãos cruzadas sobre o seio, e Deus sobre ambos, sentado numa nuvem.

Do céu à caixinha de "esmolas pelas almas do Purgatório", trata-se sempre e sem dúvida de fé. Mas ter fé é diferente de acreditar, aprendeu o autor à sua custa.

Uma "piedosa matrona que extrae as setas ao mártir S. Sebastião" aparece na capela seguinte, e este S. Sebastião dá ares de Johnny Depp com sobrancelhas depiladas, cabelo em cachos, bíceps de Neptuno. Mirem-se no exemplo, já lá estava tudo.

Várias figuras de azulejo têm os olhos raspados mas nenhuma se parece com o anjo da capa.

De volta à varanda, ainda sopra aquela espécie de chuva. Passa um avião quase a aterrar no meio das casas. Mais um medo que Lisboa tem, e logo esquece.

Uma camioneta de móveis do Redondo descarrega do outro lado da rua. A esquina dos "armazéns espanhóis" anuncia descontos de 70 por cento. O pátio ao lado da igreja tem três velhos bancos de madeira atados com cordas. Certamente já aqui se sentou alguém que acredite em milagres.

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terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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Igreja de S. Sebastião da Pedreira (com o autor)

Antes das 9h, o autor estava a deixar os filhos, Henrique e Sara, a seguir foi fazer exercício e portanto chega cheio de fome. Enquanto come uma sandes mista na esplanada mais próxima da igreja, passa um cavalheiro rechonchudo, que pára de repente, todo ele entusiasmo.

- Bom dia! Tenho aqui umas colónias muito boas, quer ver?
Rui Cardoso Martins quase se engasga.
- Umas quê?
- Umas colónias!
- ...
- Perfumes!
Com a sua gentileza habitual, o autor declina, e acaba a sandes a matutar, enquanto o vendedor se afasta.
- Só me acontecem coisas malucas. Umas colónias! Daqui a pouco era o Mapa Cor-de-Rosa.
- Andei na igreja à procura do anjo da capa, mas não o encontrei.
- Esse não está lá. Está no Museu do Azulejo. Um amigo meu fotografou-o.
Aquilo dos olhos raspados foi uma epidemia vândala. Os azulejos começaram a aparecer por aí assim.
Subimos à igreja e Rui espreita o pátio com os velhos bancos.
- Os escuteiros são aqui.

Isto é relevante para o livro, porque o companheiro de viagem do cego António é um escuteiro de oito anos chamado João. Agarram-se um ao outro durante uma enxurrada monumental em Lisboa que os apanha em frente a esta igreja. Até que o chão cede.

"Deixem Passar o Homem Invisível" é, então, a odisseia de António e João por um antigo esgoto que desce pelas entranhas de Lisboa, de S. Sebastião ao Tejo. As autoridades salvadoras vão descrendo que eles possam estar vivos, mas há quem continue a acreditar, como o mágico Serip (Pires ao contrário), que vai gritando em italo-português pelas grades das sarjetas, enquanto faz o percurso à superfície.
Fora gritar, é isso que vamos fazer esta manhã.

- Eu tinha a ideia de que seria possível atravessar Lisboa por baixo, a descida ao Rio dos Infernos - diz Rui na varanda da igreja, a olhar para o chão onde no livro se abre o buraco.

Nada que a realidade não tenha inventado. Aconteceu por exemplo a um autocarro de Lisboa.

- Andei em investigações no Museu da Água, onde falei com o dr. Raul.

Este dr. Raul também se chama dr. Raul no livro, tal como as investigações do livro, em busca dos mapas de velhos boqueirões, são as que o autor fez.

- Eu queria partir de S. Sebastião por ser uma vala comum do Terramoto. Ali está a cidade nova, os armazéns espanhóis, aqui uma igreja muito bonita. Escavar o basalto para o metro nesta zona foi terrível, teve de ser com uma broca.

Rui Cardoso Martins viu fotografias e leu os livros da construção do metro, um dos três subterrâneos de Lisboa (os outros são esgotos e águas limpas). E apesar da falta de mapas, porque muitos arderam nos vários incêndios da câmara, confirmou a existência de um boqueirão entre S. Sebastião e o rio, primeiro tão apertado que obriga a andar de gatas, e depois com mais de dois metros.
Perguntou ao dr. Raul:
- É possível entrar aqui e sair no Tejo?
O perito não viu razão para que não fosse.
- A partir daí podia começar a aventura.

Debaixo do chão ser cego não é desvantagem, porque não se vê nada de qualquer forma, e a única coisa em que os cegos são diferentes das outras pessoas é nisso. "Cegos são pessoas que não vêem, na minha opinião", diz a epígrafe do livro. Ou seja, não são atrasados nem surdos.

- Tive um amigo cego no liceu, lá em Portalegre, um tipo bestial. Sempre pensei fazer um livro que colocasse os cegos na sua dimensão humana. É o contrário de os transformar em metáfora e alegoria, ou do ensino do papel social de ceguinho, que tem de ser modesto, que não pode dizer que gosta de mulheres.

António não é modesto e o que mais quer ver são mulheres bonitas.

Mas a Rui Cardoso Martins também interessava a ideia do milagre, até que ponto se acredita, e fez uma viagem a Fátima de propósito.

- Quando um cego cega, vai passando de milagre falhado em milagre falhado.

Essas são as viagens em que "é preciso comer alguma coisa ou o Apocalipse cai-nos na fraqueza"

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terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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Rua de S. Sebastião

Damos as costas à igreja, descendo a rua pelo meio da rua, uma sina lisboeta. Passeios curtos, persianas encardidas, molas sem roupa, A Lealdade Penhores, Lda.

Tudo isto é a capital de que Rui aprendeu a gostar. Nascido em Portalegre em 1967, vive em Lisboa desde a universidade (Comunicação Social na Nova, fomos colegas de turma, já esclareci isto uma vez). De resto, talvez apenas um alentejano possa escrever que "o pão nunca se deita fora, só em último caso, bolor negro ou rato", e outras frases deste romance.

A sua estreia tão forte, "E Se Eu Gostasse Muito de Morrer", teve mais de uma edição em Portugal, tradução em Espanha e vai sair agora na Hungria. Quem o tenha lido deixou Rui Cardoso Martins naquele sem-tempo da infância alentejana, e vai reencontrá-lo agora em Lisboa no tempo dos GPS.

- Ainda o primeiro livro não tinha saído e eu já estava a pensar neste. Até fui ver "A Última Ceia". Eu preciso de ver.

"A Última Ceia" está em Milão, e isso também está no livro, em "flashback". António, o cego, e Serip, o mágico, fazem um "trucco" para contornar as filas de espera e ver a obra-prima de Leonardo.

E agora atenção, do lado direito da rua:

- Sushi alentejano! - O autor aproxima-se do menu na porta, que diz "Eddy's Kitchen ®". - Marca registada! Gosto muito quando dois mundos colidem.

De certa forma, é o que vai acontecer também um bocadinho mais à frente, no antigo bebedor de cavalos, agora abrigo de homens. Sacos de plástico, garrafas de água vazias, um carrinho de bebé podre, o cimo de uma cabeça a mexer-se do lado de lá do muro.

- Está ali um sem-abrigo.

A cabeça mostra a cara. É uma mulher de boné. Começa a grasnar como um corvo.

Rui sabe de uma indignação monárquica, aqui. Quando um homem não levantou bem a bandeira à sua passagem, o rei D. Carlos exclamou: "Seu alarve!"

- E a freguesia ficou a chamar-se dos Alarves.

Uns metros mais e passamos por baixo da Rua Filipe Folque. As escadas que vêm de cima têm um "graffito" com cara de boneco japonês e asas de anjo.

- Um dia vim fazer este caminho como estamos a fazer agora. Era um dia em que tinha de matar o tempo, o dia em que a Tereza fez a operação de quase nove horas, em Santa Maria.

A Tereza é a mulher com quem Rui começou a namorar há 14 anos e casou há 10, mãe do Henrique e da Sara, jornalista, crítica de livros, editora, biógrafa, argumentista - Tereza Coelho. Quem leu jornais e livros em Portugal desde os anos 80, leu-a de certeza, e não se esquece. Escrevia sem esforço e fulminante, via-se logo que era dela, e escreveu muito, mas como se não tivesse importância, porque o que ela queria mesmo era ler. Não há muitos escritores assim.

Foi a equipa do Santa Maria que pôs Rui a andar, no dia da operação. Acharam que ia dar em maluco se ficasse ali.

- Fiz este caminho, voltei lá ao fim da tarde e tinha corrido muito bem.

Um tumor fora da cabeça.

Depois Rui começou a escrever "Deixem Passar o Homem Invisível" no Natal de 2007.

- E entreguei-o à Tereza um ano depois. Já estava lá a frase final.

Leiam para crer. É o livro de um amor como no poema de Quevedo, "hão-de ser pó, mas pó enamorado", alguém duvida? No dia a seguir a Rui lhe entregar o livro, Tereza foi outra vez hospitalizada e morreu semanas depois, de uma septicémia.

"Minha Olívia Palito, onde estás tu, querida, para te salvar?", pergunta António, dentro do esgoto quando pensa na mulher. "Queria dar-te mais um beijo, abraçar-te na nossa casa pequenina."

Rui caminha pelo meio da rua vestido de preto, com os anéis de Tereza no dedo mindinho.

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terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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S. Sebastião/Viriato/Andaluz

Estamos na ponta final da Rua de S. Sebastião da Pedreira, quase à esquina da Rua do Viriato, onde fica o PÚBLICO, casa de Rui Cardoso Martins durante vários anos de grande jornalismo como repórter e cronista. E eis que sobe em sentido contrário um dos seus amigos de lá e até hoje, David Lopes Ramos. Mal nos vê, nem precisa de perguntar:

- Já sei o que estão a fazer.

Não só já leu o livro como até lá vem citado, a propósito desse petisco que é a vida.

E sobre isso tem o narrador muito a dizer: "Qualquer pessoa encontra nos santos algo que lhe diga respeito: a vida é dura." Ou: "O mundo é um lugar perigoso e vai piorar." Ou: "Também apendi a ser mau. Aprende-se num instante." Ou: "É simples: uma pessoa fica má porque quer fazer mal a alguém." Diz o narrador, e repete o autor: "Ainda bem que não sou pessoa para interrogar os desígnios de Deus, ou começava a desanimar."

Entretanto já está à vista aquele "viaduto aéreo onde o metro respira dois segundos de ar livre". Por cima é a Avenida Fontes Pereira de Melo.

- O processo que tento usar é juntar passado e presente. Pensar é uma acção. Enquanto escrevo está a acontecer qualquer coisa. Numa cidade tão antiga, com tantas camadas, podíamos ter um GPS para ligar com as histórias dos romanos.

Pois Lisboa, mal se escava um bocadinho, é isto: "Até soldados do tempo dos mouros, com cota de malha, eles encontraram ao instalarem as novas linhas da TV Cabo." E o livro, que escava todo o seu caminho, vai encontrando o passado: "Fenícios, cartagineses, romanos, muçulmanos, cristãos nas margens do Tejo olhavam o sol a tocar a fortificação da colina, todas as manhãs de todos os séculos"

Histórias, claro, mas são as histórias que nos mantêm vivos.

"Deixem Passar o Homem Invisível" é uma odisseia e é as mil-e-uma-noites. Debaixo da terra, António conta histórias a João e João conta histórias a António. À superfície, Serip conta histórias à arqueóloga Madalena, e a arqueóloga Madalena retribui. Vale tudo, o Popeye, a Heidi e o Marco, sifões, sanitas e autoclismos, "truccos" com alternadeiras que depois palmam tudo, tentativas de suicídio por atropelamento e suicídios involuntários com areia da praia, cegos aldrabões que nunca pagam billhete, 15 mil descendentes de rato num ano, e até camaleões daltónicos.

As histórias são o triunfo da vida.

Escreve o narrador: "O que os podia salvar, na hipótese fraca de isso acontecer, o que os podia guiar no espaço e no tempo, e dar-lhes forças enormes e incomparáveis com qualquer desafio recente que se lhes colocara, era a narrativa. Era falarem e contarem coisas um ao outro, e histórias e livros, tudo o que aparecesse nas suas cabeças."

E prestes a entrar no pequeno túnel escuro sobre o qual passa o metro, é de algo semelhante que o autor fala:

- Não existe a palavra da salvação, mas existem palavras salvadoras, aquelas que nos fazem aguentar. Só percebi isso no meio de uma tragédia pessoal, quando comecei a receber sms a dizer "Sei que as minhas palavras não têm importância..." Claro que têm importância. Se não fossem essas palavras, o que seria?

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terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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Rua de S. Marta

A partir do Largo do Andaluz é a Rua de S. Marta.

- Aqui fiz uma medição das tampas de esgoto. Estão de 100 em 100 metros, mais ou menos.

Um carrito branco pisa uma delas, como se fosse a ilustração sonora, tlonc. Rui espreita por uma sarjeta. Vê-se a água escura reflectindo um pedaço trémulo de céu, beatas e restos a boiar.

- O Serip grita, mas isto não tem passagem possível. Este pequeno laguinho é o sifão, para evitar cheiros e que a porcaria suba. O sifão é que destruiu a vida daqueles exploradores de esgotos que apanhavam moedas.

E a caminho do céu, marquises de vidros opacos, fachadas com o sujo a escorrer, da última chuva.

Há uma teoria sobre terramotos segundo a qual vamos levar com um de 250 em 250 anos. Rui pensou nisso.

- Pensei: vão acontecer desgraças que nunca mais acabam. Os prémios de seguros aumentaram por causa desse ciclo.

O "graffito" na esquina diz: "Vende-se ranço fresco e heroína."

- Nunca tinha reparado nisto. A realidade está sempre a conspirar.

É uma frase de Alexandre Melo, vem no livro.

No passeio da esquerda alguém deixou um par de sapatos pretos bicudos, de atacadores. Podiam ser os sapatos do mágico Serip.

- E o mágico, existe?

- Partilhei casa com ele quando vim estudar para Lisboa.

Mas não vamos por aí, porque as personagens nunca são só aquele ou aquela.

- Juntei umas reais com outras que elaborei, criei algumas que não existiam.

Foi não a uma mas a várias assembleias de cegos, onde o voto secreto, claro, é de braço no ar.

E a propósito, se dois não-cegos vão pelo meio da rua a contornar os obstáculos, como nós, imaginem os cegos. Rui agarra na placa "Excepto cargas e descargas" espetada no passeio, mesmo à altura de fazer um lanho na cabeça.

Logo à beira, o Manjar do Herculano oferece um "Menu Económico" manuscrito numa toalha de papel colada à montra. E a esquadra da polícia em frente.

- Também quis mostrar a trapalhada do país quando se instala o caos, quem é que manda, a intervenção dos jornalistas.

Lá estão, cheios de pica, atrás da catástrofe, enquanto os cidadãos-jornalistas enchem as televisões com fotografias de telemóvel. "Eram de fraca qualidade mas tinham a característica, muito apreciada, do homem no centro do perigo."

Não saímos lá muito bem disto.

- São os jornalistas da televisão, sempre obrigados a estar em constante "stress", e a repetir, a repetir. Lembras-te de Entre-os-Rios? A perguntarem dez vezes aos comandante dos bombeiros se havia novidades.

Do lado esquerdo aparece agora a Universidade Autónoma de Lisboa, que foi o Palácio dos Conde Redondo.

- Tem duas cisternas que tinham ligação directa ao Aqueduto das Águas Livres. Era aquela terrível diferença social entre quem tinha água limpa e quem não tinha.

A cisterna grande está no pátio de entrada. A pequena está no pátio das traseiras, agora rodeada de uns edifícios tenebrosos e ninguém à vista.

- Achas que eles se salvam? - pergunta de repente o autor às voltas no pátio, a pensar em António e João, os seus heróis.

- Para que é que havia de lá estar a última frase se não se salvassem?

- Essa frase caiu-me na Igreja dos Mártires, ao Chiado, dois meses antes de acabar o livro. Caiu-me assim como está.

Mas não pensem que a vamos dizer aqui.

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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Rua de S. Marta

A partir do Largo do Andaluz é a Rua de S. Marta.

- Aqui fiz uma medição das tampas de esgoto. Estão de 100 em 100 metros, mais ou menos.

Um carrito branco pisa uma delas, como se fosse a ilustração sonora, tlonc. Rui espreita por uma sarjeta. Vê-se a água escura reflectindo um pedaço trémulo de céu, beatas e restos a boiar.

- O Serip grita, mas isto não tem passagem possível. Este pequeno laguinho é o sifão, para evitar cheiros e que a porcaria suba. O sifão é que destruiu a vida daqueles exploradores de esgotos que apanhavam moedas.

E a caminho do céu, marquises de vidros opacos, fachadas com o sujo a escorrer, da última chuva.

Há uma teoria sobre terramotos segundo a qual vamos levar com um de 250 em 250 anos. Rui pensou nisso.

- Pensei: vão acontecer desgraças que nunca mais acabam. Os prémios de seguros aumentaram por causa desse ciclo.

O "graffito" na esquina diz: "Vende-se ranço fresco e heroína."

- Nunca tinha reparado nisto. A realidade está sempre a conspirar.

É uma frase de Alexandre Melo, vem no livro.

No passeio da esquerda alguém deixou um par de sapatos pretos bicudos, de atacadores. Podiam ser os sapatos do mágico Serip.

- E o mágico, existe?

- Partilhei casa com ele quando vim estudar para Lisboa.

Mas não vamos por aí, porque as personagens nunca são só aquele ou aquela.

- Juntei umas reais com outras que elaborei, criei algumas que não existiam.

Foi não a uma mas a várias assembleias de cegos, onde o voto secreto, claro, é de braço no ar.

E a propósito, se dois não-cegos vão pelo meio da rua a contornar os obstáculos, como nós, imaginem os cegos. Rui agarra na placa "Excepto cargas e descargas" espetada no passeio, mesmo à altura de fazer um lanho na cabeça.

Logo à beira, o Manjar do Herculano oferece um "Menu Económico" manuscrito numa toalha de papel colada à montra. E a esquadra da polícia em frente.

- Também quis mostrar a trapalhada do país quando se instala o caos, quem é que manda, a intervenção dos jornalistas.

Lá estão, cheios de pica, atrás da catástrofe, enquanto os cidadãos-jornalistas enchem as televisões com fotografias de telemóvel. "Eram de fraca qualidade mas tinham a característica, muito apreciada, do homem no centro do perigo."

Não saímos lá muito bem disto.

- São os jornalistas da televisão, sempre obrigados a estar em constante "stress", e a repetir, a repetir. Lembras-te de Entre-os-Rios? A perguntarem dez vezes aos comandante dos bombeiros se havia novidades.

Do lado esquerdo aparece agora a Universidade Autónoma de Lisboa, que foi o Palácio dos Conde Redondo.

- Tem duas cisternas que tinham ligação directa ao Aqueduto das Águas Livres. Era aquela terrível diferença social entre quem tinha água limpa e quem não tinha.

A cisterna grande está no pátio de entrada. A pequena está no pátio das traseiras, agora rodeada de uns edifícios tenebrosos e ninguém à vista.

- Achas que eles se salvam? - pergunta de repente o autor às voltas no pátio, a pensar em António e João, os seus heróis.

- Para que é que havia de lá estar a última frase se não se salvassem?

- Essa frase caiu-me na Igreja dos Mártires, ao Chiado, dois meses antes de acabar o livro. Caiu-me assim como está.

Mas não pensem que a vamos dizer aqui.

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

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Rua de S. José

A rua muda de santo, Santa Marta para S. José, mas continuamos sempre a eito, agora a falar de "Lillias Fraser", o romance de Hélia Correia em que uma menina atravessa o Terramoto, e isto a propósito dos ratos. Há um momento debaixo da terra em que Rui põe António a morder um rato.

- Imaginei uma cena em que os ratos se juntam mas medem mal o inimigo e a última coisa de que estão à espera é de serem mordidos. Ah, e ele tem a sorte de morder o chefe.

Um "graffito" com Zeca Afonso. Manequins de plástico cor-de-galão com camisetas dos anos 70.

- Parece tudo feito de "terylene".

A seguir a Florista de Santa Marta.

- Aqui comprei uma rosa para levar à Tereza naquele dia.

Há prédios entaipados como se fosse para sempre, com varandins nobres de pedra.

- Antes que me esqueça, quero falar do poder curativo da caminhada, que o Chatwin usa muito, e o Herzog também, e é o que as pessoas fazem quando vão a Fátima. É muito difícil estar quieto quando se está à espera de saber o resultado de algo que está na mão dos médicos. Ao menos podemos andar.

Um autocolante numa porta: "Tem problemas com baratas?" Ah, a vida na cidade.

Além dos livros, o que Rui faz no dia-a-dia é escrever as sátiras do Contra-Informação ("humor não é aligeirar, é aprofundar", diz o livro). Também já escreveu dois filmes e talvez não fique por aqui. Trabalha em casa e gosta.

- Mas um dia penso ir viver para a Serra de S. Mamede.

Onde os pais têm casa e terra.

Livros da Primeira Classe e dançarinas de loiça na montra dos antiquários de S. José. Pequeno desvio à esquerda para ir espreitar, na Rua da Fé, o lugar das assembleias de cegos. Passamos o casarão onde nasceu "o glorioso artista Rafael Bordalo Pinheiro" e duas portas adiante está a Casa da Comarca de Arganil, agremiação regionalista. É aqui mesmo. Mas batemos, batemos e ninguém.

- Gosto muito de Lisboa, sabes - revela, voltando a descer à Rua de S. José. - Tive um período complicado de adaptação. Perder seis vezes a carteira num mês. Entrar num autocarro e as pessoas não se cumprimentarem.. Mas com os anos aprendi a gostar. Gosto da luz, do cheiro, da comida, destas tascas, peixe fresco em qualquer sítio.

- Um alentejano a dizer que se come bem em Lisboa?

- Quer dizer, no Alentejo come-se melhor.

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

...
Rua das Portas de Santo Antão

Palácio e jardins dos CTT e entramos na Rua das Portas de Santo Antão. Solar dos Presuntos à esquerda, junto ao Elevador do Lavra.

- Quando foi o lançamento do António Lobo Antunes, fui eu e o Gonçalo M. Tavares apresentar. Depois viemos aqui jantar e levei um baile dos dois. Eh pá, leram tanto. Iam passando de país em país.

À direita, em cotovelo (lá estão os azulejos de Leonel Moura), o Pátio do Tronco, onde Camões esteve preso.

- Outra coisa que percebi com este livro é que há palavras que só entendemos quando as atravessamos por dentro. E poemas: "Alma minha gentil, que te partiste / tão cedo desta vida, descontente / repousa lá no céu eternamente / e viva eu cá na terra sempre triste."

Ainda está pesado o céu. Rui olha os telhados do pátio:

- Há uma coisa que tens de escrever. É que a vida triunfa.

Dá voltas, à procura de quem lhe diga onde era mesmo a prisão. Ao fundo aparece um homem.

- Penso que eles estavam aqui - O homem abarca o pátio com os braços.

Eles, os condenados. Estariam amarrados ao tal tronco? Faz lembrar os suplícios do livro, como o daquela santa que foi pendurada pelos cabelos.

- É a história do cristianismo - resume o autor. - Cada um a tentar encontrar o suplício mais horrível, como se isso desse alguma vantagem.

Voltamos à rua. Do Politeama sai a voz da Piaf: "Balayés les amours / Et tous leurs trémolos / Balayés pour toujours / Je repars à zéro"

- Ali ao pé do Gambrinus já cabe um homem de pé - No boqueirão, quer dizer.

E a Piaf, seguindo-nos até ao Gambrinus: "Non! Rien de rien / Non! Je ne regrette rien / Ni le bien, qu'on m'a fait / Ni le mal, tout ça m'est bien égal!"

Falamos de percebes, ou perceves. Também estão no livro. Isso e caracóis.

- Só não gosto de kiwi - diz Rui.

Cá estamos. E vamos entrar, porque foi o senhor Brito do balcão do Gambrinus que viu o tamanho do boqueirão aqui em frente durante umas obras e contou a Rui. Além disso, quem já comeu um preguinho do Gambrinus também entrava.

- Eu venho aqui às vezes comemorar as vitórias do Benfica. Às vezes... Poucas vezes.

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

agora todos leram o livro...

ignorantes, vocês nem sabiam que o tipo já tinha escrito outro livro...

são todos uns lambe-botas...

o que vale é que o tipo tirando o gigolo do Altino não passa cartão a ninguém de Portalegre...

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Que dizermos então da grande escritora Portalegrense Luisa Moreira?

Dois livros, dois sucessos!

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Cumprimento e felicito o Rui e a sua Família em Portalegre, nomedamente os Pais, o Sr. Dr. Leonel e a Sra. D. Maria de Lourdes, gente boa e que bem merece a felicidade que estará a sentir. Custará muito, nem que seja por uma vez, ficarmos todos contentes pelo sucesso (muito invulgar, a este nível, diga-se!) de um Portalegrense?

terça-feira, 14 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

que seca tudo que aqui está...oh pá voçes na dizem RIEN RIEN QUI MERD....ME DEU SONINHO É MELHOR QUE TOMAR UM SPID LER TUDO ISTO Ó MERD

FALTA DE CULTURA FALTA DE INTELIGENÇIA FALTA DE TUDO...SANTA PACIENÇIA TÁ AQUI UMA GRANDA PORRA CHEIA DE MERD

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Anónimo disse...
Que dizermos então da grande escritora Portalegrense Luisa Moreira?

Dois livros, dois sucessos!

Terça-feira, 14 Setembro, 2010

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Onde é que eles param?
Alguém os leu?
A tipa fez apresentação pública para obrigar os alunos e as familias a comprarem os livros.
E com medo de represálias lá foram famílias e alunos comprar aquelas merdas.
Ao menos os plágios do Ribeirinho têm graça.

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

há muito que a Luisa Moreira percebeu que de escritora não tem nada...
aqueles livros, que tinham sexo à farta, eram autobiográficos...
neles ela conta as experiências sexuais que àquela data experimentara...
uma ordinarisse pegada que mesmo assim não venderam nada.

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

a luisinha moreira a mae dela me chamava de exotica e odiava os retornados só dava alta nota aos filhos dos papás drs. enf prof e esses podiam fazer tudo até os passava por favor que triste vida a nossa a ESSES MENINOS(AS)DAVA BOA NOTA E PASSAVAM ERA COM CADA BURROOOOS(BURRRAAAAAS) HOJE ANDAM AÍ SAN PESSOAS COM ALGUNS CURSOS E SAN OS TAIS DOS CUNHAS COMPADRIOS DA LOROTA DESTA SOCIEDADE PODRE QUE EM NADA MUDA NEM HÁ QUEM MUDE NADA ISTO SIM É QUE É BEM REAL QUEM MANDA EM NÓS SAN ESSES OS BURROOOS mas atenção no MEIO DESSA NATA PODRE HÁ PESSOAL QUE ESTUDOU E MERECE SER O QUE CONSEGIUI....mas san tan poucos, pouquinhos

quanto à sra. luisa moreira se casou com o prof pedro borges do liceu o gajo é uma foda da merda porque BERRA É UM INCOMPETENTE BRUTOM E BOÉ DA BESTA TÁ CARECA DE TODO MEU EU FUJI A REALIDADE DO GAJO É A VELHACARIA E EGOISTA

QUE PENA TENHO DOS SEUS ALUNOS!!!

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

perdi o nó da meada li prá aí que o mata tudo anda lixado por causa dos nomis das listas psd e cds e que nem lhe passam charuto...éééé´?

POIS FICAM JÁ A SABER QUE O MATA TUDO E TODOS FAZ FALTA NAS LISTAS PSD, NAS LISTAS CDS ONDE SOU E ESTOU E OS COMUNAS VAI AQUI O RECADO PONHAM LÁ O NOSSO MATA PÁ SEM MATA ISTO NA DÁ!

MENINOS PEDOFILOS PS E TAIS outros partiditos NA SE ESQUEÇAM SAN ORDENS PONHAM O MATA PORQUE O MATA É DOIS EM ELE FAZ FALTA ELE DÁ CABO DE TUDO E TODOS SE NA FOR COMO O PVO QUER E PRA NOSSA SEGURANÇA DO RICOO E DO POBREE O MATA TEM QUE ESTAR NAS LISTAS TODAS AQUI NA HÁ COR PARTIDOS NADA SAMUS TODUS UNS COM UM TUTI FRUTI MAMI PIZA BONA COM TUDO PÁ NA TE ESQUEÇAS DAS PIZAS MEU PIZAAA BONAA COM TUTI MAMI CO TUTI bjs ao meu Mata PRESIDDENT

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

atão já leram o meu livro qui é um sucesso lá fora no mundo todu???

SER PODER CRER E TER!!!!

A CAPA É COM UMA LINDA ARABE SÓ SE VE OS OLHOS O RESTO ESTÁ TAPADINHO MAS LEIAM FUI EU QUI ECREBI TÁ LÁ TUDO SE QUERES TENS, SE PEDES PODES, SE TE ODEIAM E BERRAM TU FAZES UMAS COISAS, E SE PENSAS NEM IMAGINAS O QUE É!!!ÉÉÉÉ´ESTÁ NO MODELO É UM SUCESSO
CLARO ESTÁ COM UM NOME ESTRANGEIRO, FINORIO E DE FORMA A APANHAR TUDO E TODOS!

VAI LÁ E COMPRA SAO 15€ E FICAS MAIS FORTE E COM TUDO....pechiu xiuxiu na digas a ninguem qui sou eu tá si nao na se vende e preciso do money pra dar cabo aí dums maus

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

ó lulu...

afinal o gajo é professor!

dr. pedro borges!

alguém me disse aqui no café do centro que o energumeno era comandante de fragata!

não enxergo a ponta de um corno - apesar de já ter experimentado uma e outra das pontas!

moita

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Desde quando é que o Mata faz falta no PSD? Ele nem filiado é que va amanhar-se lá para o pé do CDS, Xanax, Luísa Moreira, Antero que está no PSD só para se amanhar e arranjar emprego a Dona Adelaide. Aqui na Mouzinho já ninguém auguaentava a dita armada em riquinha falida e agora a perpotência da Senhora dá vómitos aqui ao pessoal. Só de olhar para a Adelaidezinha fico amarelo de tanto vómito.

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Granda PS até que enfim que alguém vem desmascarar as asneiras do Mata e companhia. É só gastar e nada fazer desde quando é que sabe governar? O Dr. Pinto Leite canta-lhe a verdadeira música o SAMBA!!!!!Pois com as sopeiras que se rodeou só devem saber sambarrrr...

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

É verdade, mas não penses que os mamões do PS são melhores. Tudo o que quer é mama, convence-te disso!!!

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Querido Moita
Vamos por partes.
O Pedro Borges é ptofessor na Mouzinho e é amante da querida Luisa Moreira.
Já o era antes do velhinho Amaral Marques e continuou enquanto a querida Luisa e o velhinho viveram juntos.
MAS NÃO ERA O ÚNICO AMANTE…
Quem está casado com um comandante de fragata da marinha é a querida Arlanda Gouveia presidente da Mouzinho.
A queria Luisa casou com um embarcadiço da marinha mercante.
É a decadência querido Moita.
A decadência.
Embarcadiço!
Bjinho
Até sexta nas festas do Dia Robinson
LuLu

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Obrigado pela info querida LuLu. Aqui pelo café do centro dos assentos somos sempre os últimos a saber.

Chiça! Aquilo não é uma mulher. É uma mina sem fundo à vista...

Lá estaremos na sexta feira. Pensamos mesmo pedir a máquina ao Manel e tirar umas fotos a toda essa magnifica equipa de manageiras. Para o caso da coisa correr bem e os copos forem muitos, também levo uma cartucheira.

Beijinhos do,

Moita

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Querido Moita, querida Lulu
Adora a vossa troca de correspondência, é tão clara e esclarecedora. Eu também sei tanta coisa do nosso pobre jet-set... Ah e também escrevo em português de Portugal. Vou aparecendo para saber e partilhar novidades. Beijocas
Cinha Jardim da Corredoura

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Oi Cinhinha,

Bem-vinda a este cantinho. Os portalegrenses estão ávidos por saber as verdades da nossa terra. Por isso...
Não tenha pejo em abrir o saco e vazar nestas nuas e frias paredes as verdades a que teve acesso.

Quer dizer: não se encolha!

moita

quarta-feira, 15 setembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

Ó Cinha, tu não foste casada com o Tarzan ( da Corredoura )?

quinta-feira, 16 setembro, 2010  

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