quarta-feira, 15 de abril de 2009

"SENHOR ENGENHEIRO"?



Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou – bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar

Despedir
E ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar

E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer

Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso

Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto

É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir

Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar

o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...


(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira

Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder


Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão


Xutos & Pontapés
Sem eira nem beira


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1 Comentários:

Anonymous J.P.G. disse...

Como se não bastasse a crise, agravada em Portugal pela acumulação de erros políticos e de negociatas impunes, os portugueses receberam agora a novidade que pouco ou nada têm a fazer, a não ser… esperar. E esperar, neste caso, nem sequer tem o significado de ter esperança.

Significa, simplesmente, ficar à espera. O que, aliás, é parte do destino português. Ao longo da História os portugueses têm conjugado todos os tempos do verbo esperar, sem sair da cepa torta.

Para se consolarem do destino, os portugueses criaram alguns aforismos animadores, tais como "quem espera sempre alcança", o que manifestamente não é verdade. E quem espera, desespera? Em certos casos. Mas, em geral, o desespero mergulha quem espera na depressão, no desânimo. Só excepcionalmente é que o desespero redunda em revolta capaz de derribar o destino. Ou, como dizem os Xutos e Pontapés numa canção em voga: "espero vir a ter // uma vida bem melhor". Mas esta esperança, como pressupõe a própria canção, se nada se fizer, nada vai mudar. E a espera portuguesa em geral é sentada, na vaga esperança de que alguma coisa aconteça ou alguém faça algo por este povo. A questão essencial é essa: a diferença entre espera e esperança.

E é assim que, em relação à crise, haverá que esperar pelos Estados Unidos e pela Europa, tal o grau de absoluta dependência da economia lusa. Não se trata da interdependência da globalização. Trata-se da indigência de uma economia que destruiu todo o tecido produtivo - arrancou culturas, abateu a frota de pesca, alienou parte substancial da indústria - e assentou arraiais no negócio. E desse modo criou a dependência que interessa a terceiros. Com os outros em crise, o país entrou para a lista de espera.

quinta-feira, 16 abril, 2009  

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