DUAS CIDADES, DOIS ESTILOS
O governo esforça-se. Desmultiplica-se em acções para acudir à crise. O elenco de medidas é vasto. Linhas de crédito bonificadas. Apoios às pequenas e médias empresas. Garantias de depósitos bancários, de crédito e de recurso a capitais. Tomadas de posição, pelo Estado, em empresas financeiras e outras. Apoios específicos às empresas exportadoras. E sobretudo investimento público em grandes obras polémicas (o TGV, o aeroporto...), inúteis (mais auto-estradas...) ou necessárias (reparação de escolas e de hospitais...). Cerca de 15.000 empresas terão já beneficiado dos apoios extraordinários. No sector social, o Governo está também activo e, aparentemente, generoso. Apoios à criação ou manutenção de emprego. Alargamento das condições de atribuição do subsídio de desemprego. E ajudas aos lares de idosos e às famílias com carências especiais. É possível que haja intenções políticas próprias do ano eleitoral. A estridência paralela (Tirar aos ricos para distribuir à classe média...) é demagógica e mancha a folha de serviços. Mas o esforço é real. Perante uma assembleia da Associação Nacional de Empresas Familiares, o secretário de Estado Castro Guerra, académico reputado e ponderado, enumerou, factualmente, sem oportunismo eleitoral, as medidas tomadas e os esquemas disponíveis para quem queira obter apoios e combater a crise.
A mera lista é impressionante. Mas sobram dúvidas. O Estado vem, mais uma vez, para ficar? A dependência das empresas e da sociedade civil aumenta? As escolhas de programas e de empresas foram as melhores? Todos os que merecem têm oportunidades iguais? Há sectores e empresas esquecidos? Os recursos são suficientes? Há fundos disponíveis e não utilizados? Estas medidas têm resultados a prazo, no futuro, ou limitam-se a adiar mortes certas? Há maneira de saber se os apoios são realmente aproveitados e não são desviados? Temos a certeza de que uma parte destes recursos não é simplesmente apropriada pelos predadores habituais? O que já está comprometido com a banca é perdido, recuperável, fértil, útil? Os investimentos públicos estão pensados da melhor maneira, com horizonte de médio e longo prazo? Ou é a corrida habitual atrás de pressões e de votos? Todo este esforço tem como principal objectivo mudar e transformar ou manter e preservar? As empresas ajudadas têm capacidade, inteligência, estratégia, vontade e condições para aproveitar os apoios e dar a volta? Vale a pena aumentar consideravelmente o défice público? Está alguém a pensar que tudo isto merece uma estratégia ou trata-se de acudir a fogos de modo indiscriminado? Aquele não era talvez o lugar para responder e esclarecer. Quanto mais não fosse, os empresários falam pouco. Não correm riscos. Não querem ficar sujeitos a represálias do governo. Não gostam de desvendar os seus problemas nem os seus segredos. Os economistas também não falam muito. Muitos dependem do governo. Uns ficam-se pelas teorias académicas. Outros são simples crentes de um qualquer paradigma e não perdem tempo com a análise empírica. E quase todos revelam uma imperial indiferença perante a urgente tarefa de esclarecer, com clareza, a população.
Por estas razões, o Parlamento é o local ideal para discutir e perceber. Nesse mesmo dia, a televisão relatava em directo, a partir da Assembleia da República, o debate sobre as questões económicas e, por inevitável consequência, o pacote de medidas tomadas pelo governo. O que se viu era confrangedor. De envergonhar qualquer cidadão. Governo e partidos esganiçavam e berravam, insultavam-se mutuamente, acusavam-se das piores selvajarias. Ninguém estava interessado em convencer ou esclarecer, fundamentar ou simplesmente reflectir. Todos se acham titulares de uma bula para dizer disparates e de uma dispensa de pensar. A menor das preocupações era a de pensar que a população poderia estar à escuta e a tentar perceber. Nem um só deputado, num total de 230, pensou em fazer um apelo ao entendimento, à cooperação entre alguns partidos, à convergência de esforços para encontrar soluções. Não se trata de esperar pela união nacional, mas muito seriamente de cooperar com vista a resolver alguns problemas causados pela maior crise económica e social das últimas décadas. Aqueles deputados têm os mesmos reflexos, os mesmos comportamentos e a mesma visão do mundo que um bando de hooligans em claques de futebol.
Ali ao lado, com um clique de televisão, tínhamos a possibilidade de ver o canal que transmitia o debate, no Senado americano, sobre o mesmo problema: ajuda e apoio à economia, programas sociais, intervenção colossal do Estado e políticas sociais de emergência. Os senadores falavam devagar, com razão, defendiam os seus pontos de vista, argumentavam. Tratavam-se delicadamente, com cerimónia. Diziam por vezes frases de enorme violência no conteúdo, nunca na forma. Mostravam que faziam um esforço para chegar a um qualquer ponto de cooperação. Aprovaram um pacote com 65 por cento dos votos. De ambos os lados, do sim e do não, havia democratas e republicanos. Ali, vota-se por nome e por Estado, não por partido, em bloco. Após dias ou semanas de intenso trabalho conjunto, conseguiram chegar a acordos suficientes para que as medidas e os dinheiros tenham uma qualquer eficácia. A legitimidade e a autoridade dos programas de emergência estavam assim garantidas. Ficámos a perceber mil vezes melhor a natureza, o alcance, o sentido e os objectivos das medidas americanas do que o programa português.
Um último ponto. Na assembleia de empresários acima referida, chegado o período de debate, alguém perguntou: Em vez de pagar milhares de milhões com apoios às empresas, não seria melhor política o governo pagar as suas dívidas? O secretário de Estado respondeu: O Estado deve-lhe alguma coisa? O empresário disse: Por acaso, sim, mas não é esse o ponto. Quero é discutir a política geral. À bruta, cruamente, o governante retorquiu: Faça-me chegar ao gabinete o seu caso pessoal e logo se resolverá.
Assim não, senhor secretário de Estado.
A mera lista é impressionante. Mas sobram dúvidas. O Estado vem, mais uma vez, para ficar? A dependência das empresas e da sociedade civil aumenta? As escolhas de programas e de empresas foram as melhores? Todos os que merecem têm oportunidades iguais? Há sectores e empresas esquecidos? Os recursos são suficientes? Há fundos disponíveis e não utilizados? Estas medidas têm resultados a prazo, no futuro, ou limitam-se a adiar mortes certas? Há maneira de saber se os apoios são realmente aproveitados e não são desviados? Temos a certeza de que uma parte destes recursos não é simplesmente apropriada pelos predadores habituais? O que já está comprometido com a banca é perdido, recuperável, fértil, útil? Os investimentos públicos estão pensados da melhor maneira, com horizonte de médio e longo prazo? Ou é a corrida habitual atrás de pressões e de votos? Todo este esforço tem como principal objectivo mudar e transformar ou manter e preservar? As empresas ajudadas têm capacidade, inteligência, estratégia, vontade e condições para aproveitar os apoios e dar a volta? Vale a pena aumentar consideravelmente o défice público? Está alguém a pensar que tudo isto merece uma estratégia ou trata-se de acudir a fogos de modo indiscriminado? Aquele não era talvez o lugar para responder e esclarecer. Quanto mais não fosse, os empresários falam pouco. Não correm riscos. Não querem ficar sujeitos a represálias do governo. Não gostam de desvendar os seus problemas nem os seus segredos. Os economistas também não falam muito. Muitos dependem do governo. Uns ficam-se pelas teorias académicas. Outros são simples crentes de um qualquer paradigma e não perdem tempo com a análise empírica. E quase todos revelam uma imperial indiferença perante a urgente tarefa de esclarecer, com clareza, a população.
Por estas razões, o Parlamento é o local ideal para discutir e perceber. Nesse mesmo dia, a televisão relatava em directo, a partir da Assembleia da República, o debate sobre as questões económicas e, por inevitável consequência, o pacote de medidas tomadas pelo governo. O que se viu era confrangedor. De envergonhar qualquer cidadão. Governo e partidos esganiçavam e berravam, insultavam-se mutuamente, acusavam-se das piores selvajarias. Ninguém estava interessado em convencer ou esclarecer, fundamentar ou simplesmente reflectir. Todos se acham titulares de uma bula para dizer disparates e de uma dispensa de pensar. A menor das preocupações era a de pensar que a população poderia estar à escuta e a tentar perceber. Nem um só deputado, num total de 230, pensou em fazer um apelo ao entendimento, à cooperação entre alguns partidos, à convergência de esforços para encontrar soluções. Não se trata de esperar pela união nacional, mas muito seriamente de cooperar com vista a resolver alguns problemas causados pela maior crise económica e social das últimas décadas. Aqueles deputados têm os mesmos reflexos, os mesmos comportamentos e a mesma visão do mundo que um bando de hooligans em claques de futebol.
Ali ao lado, com um clique de televisão, tínhamos a possibilidade de ver o canal que transmitia o debate, no Senado americano, sobre o mesmo problema: ajuda e apoio à economia, programas sociais, intervenção colossal do Estado e políticas sociais de emergência. Os senadores falavam devagar, com razão, defendiam os seus pontos de vista, argumentavam. Tratavam-se delicadamente, com cerimónia. Diziam por vezes frases de enorme violência no conteúdo, nunca na forma. Mostravam que faziam um esforço para chegar a um qualquer ponto de cooperação. Aprovaram um pacote com 65 por cento dos votos. De ambos os lados, do sim e do não, havia democratas e republicanos. Ali, vota-se por nome e por Estado, não por partido, em bloco. Após dias ou semanas de intenso trabalho conjunto, conseguiram chegar a acordos suficientes para que as medidas e os dinheiros tenham uma qualquer eficácia. A legitimidade e a autoridade dos programas de emergência estavam assim garantidas. Ficámos a perceber mil vezes melhor a natureza, o alcance, o sentido e os objectivos das medidas americanas do que o programa português.
Um último ponto. Na assembleia de empresários acima referida, chegado o período de debate, alguém perguntou: Em vez de pagar milhares de milhões com apoios às empresas, não seria melhor política o governo pagar as suas dívidas? O secretário de Estado respondeu: O Estado deve-lhe alguma coisa? O empresário disse: Por acaso, sim, mas não é esse o ponto. Quero é discutir a política geral. À bruta, cruamente, o governante retorquiu: Faça-me chegar ao gabinete o seu caso pessoal e logo se resolverá.
Assim não, senhor secretário de Estado.
António Barreto
Público
15 de Fevereiro de 2009
Etiquetas: Portugal, Portugal um País de Bananas Governado por Sacanas
13 Comentários:
Acontece na cidade
JOÃO TRINADE NO FONTE NOVA
As crianças que frequentam a Escola da Corredoura estão a passar por dificuldades na porta principal de entrada, pelo facto de ali se formar um charco de água na extensão de cerca de 30 metros, uma situação que obriga os seus pais ou familiares a diversas alternativas. Assim, em dias de chuva, é certo que para ultrapassarem o charco de água, os pais das crianças ou pegam nelas ao colo e entram pelo charco de água e apanham um banho indesejável aos pés. A outra alternativa são as crianças terem de caminhar por dentro do charco de água, uma situação bastante incómoda que, em alguns casos, as obriga a virem de botas de borracha como forma de evitarem entrar para a Escola com meias e sapatos ensopados.
Perante esta situação, na passada semana, em manhã chuvosa, ouvimos os mais variados protestos e até revolta contra o Município de Portalegre que não terá ainda na devida atenção o problema de fundo que urge resolver.
Com a requalificação do Jardim da Corredoura, as zonas circundantes da Escola também sofreram substanciais alterações e ficaram limitados os principais caminhos de acesso. Por exemplo, basta referir que quem quiser ir no seu veículo até junto da entrada principal da Escola, só o poderá fazer por uma única via, com entrada junto ao Mercado Municipal de Portalegre. Depois, o condutor (a) do veículo não tem outra alternativa se não fazer marcha atrás até ao sítio onde entrou.
Em relação às origens do charco de água que ali surge em dias de chuva, mantendo-se por tempo indeterminado, o mesmo tem origem directa nas deficiências quando da construção da calçada que dando de si, cria um desnivelamento algo acentuado, e a água não escorre como devia.
Incomodados com esta situação, os pais das crianças pedem uma solução rápida à Câmara Municipal de Portalegre "onde esta anomalia é conhecida, mas tarda em ser resolvida".
Vândalos da noite partem tudo
Na cidade de Portalegre, e com alguma frequência, os actos de vandalismo surgem das mais variadas formas, e quase sempre com uma certeza antecipada. Quem paga os estragos são, por norma, as pessoas ou instituições que são proprietárias dos diversos bens onde as acções dos vândalos da noite se fazem sentir.
No caso presente, aconteceu que no espaço requalificado entre a Rua 1º de Maio e a Rua do Comércio com saída próxima do Museu de Tapeçarias, a actuação dos vândalos da noite deu-lhes para partirem encostos de vidro dos bancos de pedra e atirarem com eles para dentro da água junto à fonte.
Já estilhaçaram os focos de iluminação, riscaram paredes e chegaram ao preciosismo de pegarem em bolas de pedra e atirarem com elas para junto da entrada da Rua 1º de Maio.
Para resolver parcialmente esta situação diversos funcionários da Câmara de Portalegre andaram a recolher o material danificado limpando o local lamentando este tipo de comportamento de pessoas para quem nada conta dar cabo daquilo que não lhe pertence.
Condutores avessos aos marcos de pedra
Em frente da Câmara Municipal de Portalegre, é frequente ver marcos de pedra delimitadores do passeio para peões serem deitados abaixo "pela falta de cautela ou atenção de alguns condutores quando circulam nas suas viaturas".
Inclusivamente no local de estacionamento esta situação já aconteceu por várias vezes, obrigando depois a trabalhos de reposição dos marcos, a que alguns condutores de veículos parecem ser avessos.
Textos: João Trindade
http://www.jornalfontenova.com/main.asp?pag=noticia.asp&artigo=18&menu=1&cod_menu=101
O João Trindade não precisa do Distrito.
O padreco que se lixe.
O jornal que fez é uma merda.
É só comunas de Nisa...
O padreca é palerma, já se sabia, mas mostra ser ainda mais do que parecia.
Malta por aí a rir-se é o que não falta, mas o tipo parece muito autoconvencido.
Sabem que depois de despedir o João trindade sema mais nem ontem, a seguir telefonou-lhe para lhe pedir para trabalhar até ao fim do mês porque não tinha ninguém?
Claro que o JT o mandou passear, e fez muito bem.
O rapaz já ajeitou a cama para se deitar. Diz-se que foi a um sítio qualquer para fazer uma notícia e estavam lá os jornalistas da Rádio, do Alto Alentejo e do Fonte Nova e não s´+o não cumprimentou ninguém como se começou a vangloriar par algumas pessoas presente de que é o maior e o jornal isto e aquilo, porque com ele é que sim senhor.
Entretanto arranjou uma miúda que nem é da zona e que, coitada, anda às aranhas, mas ele também não a sabe ensinar.
Na semana passada eram só notícas copiadas e notas de imprensa, e esta semana já andaram a pedir fotografias aos jornalistas dos outros jornais que se tivessem vergonha não lhas davam, mas pode compreender-se alguma solidariedadee com a mocita novata.
O jornal não vai longe com este padreca fumador e bebedolas que ainda leva a mesma volta dos Paixões.
Sabem que depois de despedir o João Trindade sem mais nem ontem, a seguir telefonou-lhe para lhe pedir para trabalhar até ao fim do mês porque não tinha ninguém?
- Não sabia, fiquei a saber e dou os meus parabéns ao Jornalista João Trindade!
JRL
ATENÇÃO!
Quanto à FAMÍLIA PAIXÃO, falaremos em data próxima…
'O jornal não vai longe com este padreca fumador e bebedolas.'
não vai, não...
o padreco está na linha dos novos "donos" da igreja em Portalegre.
os novos "donos" são os que substituiram a Família, no sentido de Mafia, Paixão...
a mafiosa Família Paixão, melhor dizendo...
Cónego Bonifrates
Mas os Paixões amanharam-se?
Expliquem lá quem são os paixões?
O João Trindade esse q cospe no prato q come, pois recebe um ordenado da camara e anda sempre a dizer mal de tudo e de todos, alias tem que o fazer so assimm arranja noticias ora vejam como escrevem em quase todos os jornais, trabalha tb na radio portalegre desta forma zanga-se com uns e vai descobrindo as carecas aos outros e dsta forma tem sempre tacho e noticia (intrigas e tricas) e esta
Viver não custa; custa é saber viver...
mas o k se passa com os paixoes?
O "caso paixão" está em segredo de justiça.
O Sr. Bispo parece um cantoneiro, não faz mais nada senão tapar buracos...
levante-se tambem aqui o segredo de justiça!!!
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