LETREIRO
Tudo o que sou o sou por obra e graça
da comoção rural que está comigo.
Foi a virtude lírica da Raça
a herança que eu herdei do sangue antigo.
Foi esta voz que em minhas veias passa
e atrás da qual, maravilhado eu sigo.
Como um licor de encanto numa taça,
assim se quer esse condão comigo.
Olhai-me: – Eu vim de honrados lavradores.
De avós e netos, sempre os meus Maiores
fitaram o horizonte que hoje eu fito.
«O que estaria além da curva estreita?»
– E da pergunta, a cada instante Feita.
nasceu em mim a ânsia prò Infinito.
António Sardinha
A Epopeia da Planície
da comoção rural que está comigo.
Foi a virtude lírica da Raça
a herança que eu herdei do sangue antigo.
Foi esta voz que em minhas veias passa
e atrás da qual, maravilhado eu sigo.
Como um licor de encanto numa taça,
assim se quer esse condão comigo.
Olhai-me: – Eu vim de honrados lavradores.
De avós e netos, sempre os meus Maiores
fitaram o horizonte que hoje eu fito.
«O que estaria além da curva estreita?»
– E da pergunta, a cada instante Feita.
nasceu em mim a ânsia prò Infinito.
António Sardinha
A Epopeia da Planície
Etiquetas: Alto Alentejo, António Sardinha, Poesia
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