SERÁ QUE PODEMOS BATER MAIS NO FUNDO?
Gráfico, PIB/PPP per capita para a Islândia e Portugal, previsões para o futuro actualizadas pelo Fundo Monetário Internacional esta semana.
Pobres islandeses!
Etiquetas: Crise, Economia, Portugal, Rendimento
cercada De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros Morei numa casa velha, À qual quis como se fora Feita para eu Morar nela...
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7 Comentários:
A Islândia faliu.
A Islândia é um dos cinco ou seis países mais prósperos do mundo, e o primeiro classificado do HDI (Portugal está em 29.º).
Mas, se a Rússia não lhe emprestar, nas próximas 48 horas, uma determinada soma, o país declara oficialmente a bancarrota.
Isto já se sabia à dias.
Em Portugal está tudo bem?
Somos mesmo um povo governado por filhos-da-puta
Avisam-se os pobres de que a situação não melhorou. Pelo contrário, piorou. Se tivesse estagnado, já seria mau. Mas foi pior: piorou. E a responsabilidade disso é dos pobres.
Sabemos como a crise começou – o estoiro de engenhosos e lucrativos produtos financeiros a circular no mercado de capitais sem sustentação na economia real –, mas não sabemos como nem quando será debelada. Pelo que temos de nos preparar longamente para ela.
A crise deste instável mercado de capitais (há já empresas cotadas a valer menos em bolsa que o seu real valor contabilístico) alastrou à economia real. O cortejo de problemas – os que se já sentem e outros que se pressentem – levou governos e bancos centrais a anunciarem medidas drásticas para tentarem travar os danos numa economia que ameaça entrar em recessão.
Precisamente, esta crise financeira mundial e as dificuldades económicas que já se fazem sentir duramente em Portugal, na vida das empresas e das famílias, foi o tema central do último debate parlamentar onde o primeiro-ministro José Sócrates anunciou mais um pacote de medidas avulsas, desta vez com maior foco no apoio às PME.
Ficou a saber-se que o Orçamento do Estado para o próximo ano vai prever uma descida da taxa de IRC de 25% para 12,5%, apenas nos primeiros 12.500 euros de matéria colectável. Medida que nas estimativas do governo deverá abranger cerca de 300 mil empresas, sensivelmente 80% das PME nacionais. Foi ainda anunciado o aumento de mil milhões de euros de crédito PME-Invest II; a acrescentar aos 750 milhões já previstos nesta linha de crédito, pela qual as pequenas e médias empresas beneficiam de uma taxa de juro inferior à Euribor, além de um período de carência e financiamentos com garantia pública de 50% do seu valor.
Boas novas. Curtas, mas boas apesar de tudo. Como o são todas as medidas que aliviem o esforço económico das famílias e ajudem ao investimento das empresas.
Mas o governo poderia ter ido bem mais longe se atendesse à proposta do grupo parlamentar do PSD, quando este sugeriu a alteração do regime do IVA – para que deixe de ser pago ao Estado no momento da prestação do serviço ou da facturação e passe a ser pago no momento do efectivo recebimento, como já acontece noutros países europeus, de que a Suécia e a Inglaterra são exemplo.
Medida que muito ajudaria a economia real. Até por sermos o país da Europa onde as empresas demoram mais a pagar aos seus fornecedores, 80 dias em média. E o Estado, com as autarquias à cabeça, ainda é mais relapso, com uma demora média de 137 dias no pagamento aos seus fornecedores. Ricardo Reis, Prof. da Universidade Católica que estudou este singular fenómeno da nossa cultura empresarial, garante que há consequências reais para a economia – cada dia que passa por receber os créditos, significam menos 48 mil euros de investimento. São muitos milhões por ano retirados à economia.
A crise veio para ficar. Vai morar connosco largos meses ou mesmo anos e é bom que nos preparemos para a enfrentar. O primeiro passo é ver o que podemos mudar, cada um de nós, nas nossas vidas e das nossas empresas. Mas acima de tudo, o modo de viver do próprio Estado, autarquias incluídas, onde o erário público não pode mais continuar a ser alimento de vaidades festivas e dissipadoras. O dinheiro passou a custar caro. Muito caro. O que nos obriga a todos a deitar contas à vida e a sermos pessoas de boas contas.
Só vive bem a cambada da classe política, por aqui vê-se bem como estão ricos e anafados todos eles.Estes senhores que fizeram da política profissão a tempo inteiro estão todos cheios de dinheiro, sejam eles, presidentes de junta, presidentes da câmara, governadores civis, deputados, presidentes/delegados por nomeação política, vivem que nem reis, os pobres estão cada vez mais pobres. temos de acabar com isto, nem que seja a tiro.
As acções do Millennium/BCP já nem 1€ valem.
Você, que costuma contribuir para a economia parelela do drogado arrumador, cada vez que vai a uma grande cidade dê-lhe 1 acção do Millennium/BCP, em vez de 1€
Adoro viver em Portugal.
Parece que a economia mundial se aproxima perigosamente da catástrofe mas aqui no quintal, o assunto mais quente e que ocupa os pensamentos dos senhores políticos e senhores comentadores não é esse.
Há outras coisas muito mais importantes e que colocam o bem-estar das famílias portuguesa em perigo e portanto é nisso que se debruçam.
Devido a esse magno problema hoje no Público duas mais que ilustres luminárias pegam na Constituição, lêem-na e concluem, vejam lá, que para um diz sim e para outro diz não.
Excertos dos devaneios:
Sim
Logo, em face do nosso ordenamento constitucional, não só não se faz discriminação por se estabelecer diferenças entre o regime do casamento e o regime (ou qualquer regime) da união homossexual como o casamento é concebido exclusivamente como união heterossexual. Logo, uma lei que permitisse casamentos entre pessoas do mesmo sexo seria inconstitucional. Professor universitário
Não
Qual é então o fundamento constitucionalmente admissível, à luz da proibição de discriminação arbitrária contida no artigo 13.º em conjugação com o artigo 36.º, n.º 1, da Constituição na atribuição de um direito fundamental para não se conferir a titularidade do direito de contrair casamento a pessoas do mesmo sexo, quando o mesmo é conferido a pessoas de sexo diferente nas situações referidas? Chega de des(culpas) para não cumprir a Constituição. Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Co-autora de O Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo (Almedina, 2008)
Porque é que isto acontece, ó crente?
Porque aqui no quintal quando se faz uma lei, ela deve ser feita de tal maneira que permita sempre três leituras: sim, não, nim.
Veja-se um exemplo:
. O art. 13.º da Constituição proclama que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, acrescentando que ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Podia ter ficado antes do acrescentando, mas assim toda a gente ia perceber.
E isso, não convém.
NÃO ACREDITEM NELES
«Esta crise não se percebe com a declaração (deleitada) do fracasso do "neoliberalismo" (quem sabe o que é precisamente o "neoliberalismo"?), nem com vociferações, que já se tornam ridículas, sobre a irresponsabilidade e a "ganância" de Wall Street, da City e outros lugares de perdição. Talvez seja bom começar pelo que, de facto, aconteceu. A crise foi revelada pelo problema do subprime na América, ou seja, pelo excessivo crédito de risco à habitação, sem qualquer forma de garantia ou expectativa racional de pagamento. Mas não veio exclusivamente daí, nem por si mesmo o subprime explica o resto da história. O facto é que todo o crédito cresceu sem lógica ou limite, até ao ponto em que desde o Estado americano à grande banca (comercial ou de investimento) e a uma qualquer companhia de seguros pouco ilustre, o mundo inteiro ficou endividado.
Isto quer dizer duas coisas. Em primeiro lugar, que centenas de milhões de pessoas, na América, na Ásia e na Europa, se habituaram a viver para lá dos meios que tinham ou que podiam ter, pelo artifício simples de gastar o dinheiro que não era deles. E, em segundo lugar, que isto se passou com a cumplicidade e colaboração do Estado (Estados, na verdade), de instituições financeiras e de organismos reguladores de carácter nacional ou internacional. Aqui, por exemplo, há anos que se fala no endividamento das famílias (mais de 100 por cento do PIB), no endividamento do Estado e no endividamento da banca. Só que, tirando um ocasional "velho do Restelo" suficientemente ingénuo para ir à televisão arrancar os cabelos, não se fez nada.
Aanimosidade crescente contra os responsáveis pela catástrofe é, em parte, merecida. O cidadão comum não compreende a justiça subjacente ao caso. Quem rouba um automóvel ou uma bicicleta (um delito certamente menor) marcha direitinho para a cadeia. Quem cria uma desordem financeira, sem precedente histórico, e contribui para o sofrimento de milhões, continua no gozo da sua importância e dos seus proventos. Sucede que as finanças são uma disciplina abstracta e, pior ainda, "irreal". Quem especula em Wall Street, na City, em Madrid ou Lisboa não vê a "realidade" como ela é. Vê uma "realidade" arrumada e matemática, que obedece às suas próprias leis. E, quando essa "realidade" se impõe como universal e única, o fim está próximo. Principalmente, se por oportunismo os políticos também perdem a cabeça e decidem acreditar na tribo da economia e dos "negócios".»
Vasco Pulido Valente
PÚBLICO
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