domingo, 18 de janeiro de 2009

OS MELHORES DO MUNDO. E OS PIORES.

Cristiano Ronaldo foi considerado, pela FIFA, o melhor jogador de futebol do mundo no ano de 2008. O título segue-se a vários outros de importância e prestígio crescente. O homem tem talento. É reconhecido. Talvez tenha mesmo génio a fazer o que faz. Muito bem. Entre os portugueses, Eusébio e Luís Figo tinham alcançado êxitos semelhantes. São homens de excepção e jogadores extraordinários. Mesmo quem não goste ou não frequente os desafios de futebol rende-se facilmente perante a chispa, o engenho e o merecimento daquele futebolista. E de seus dois pares. Numa altura em que centenas de jogadores de futebol portugueses, naquela que é uma verdadeira nova indústria de nicho, se exibem nos estádios de todos os países europeus, um deles chegou ao cume. Sendo o futebol o que é, muitos foram os que jubilaram com este triunfo. É natural.

Não faltou quem tentasse de imediato generalizar o mérito. Ou socializar o êxito. A família, os amigos, o clube da Madeira, os olheiros, os treinadores, o Sporting, as escolas de futebol, os professores, as equipas técnicas, a Federação, o inevitável secretário de Estado, o governo e os jornalistas desportivos: todos passaram a merecer honras de genialidade. Todos reivindicaram uma quota-parte de responsabilidade. Ouvindo e lendo o que se disse, o talento do homem quase desaparecia. Considerar que se trata do triunfo de um sistema, de uma organização e de um povo é um puro esbulho. A verdade é que estamos perante uma aptidão individual excepcional e que, como tal, deve ser aplaudida. Mas há, entre nós, quem tenha por hábito enriquecer sem justa causa, para não dizer à custa de outrem. Misérias do mundo, nada de novo.

Mais interessante e muito mais deprimente foi a maneira como a discussão e os comentários que se seguiram procuraram de seguida alargar o problema e divagar sobre este país. Há um grande partido, formado por optimistas bacocos, que deu largas à sua cantilena. O raciocínio, se assim se pode dizer, é simples: em muitos sectores, somos os ou dos melhores do mundo. Um Nobel, um cientista, uma fadista, um jogador de futebol, um arquitecto e um atleta: aí estão exemplos do que somos e podemos ser. Sendo assim, por que razão anda por aí tanta gente a dizer mal de nós? Por que gastam os portugueses tanto tempo a flagelar-se e a queixar-se quando a glória está ao alcance da mão? Cita-se um conjunto incerto e não identificado de pirrónicos invejosos que não suportam o êxito de alguém e que supostamente consideram que somos os piores do mundo. Por que há tantos políticos, comentadores, intelectuais, economistas, trabalhadores e gente normal a dizer mal do país? As suas perguntas ficam sem resposta. Mas logo acrescentam os crédulos: em vez disso, temos é de dar sinais de esperança, pensar positivo, puxar para cima e mostrar a toda a gente que podemos estar entre os melhores do mundo. Podemos todos ser Cristianos Ronaldos! Podemos todos ganhar o Nobel!

Estes profissionais do optimismo não resistem. Uns são pagos para isso, nas redacções, nos gabinetes dos ministros ou nas agências de comunicação. Outros sonham com glórias vistosas, efémeras sejam elas. Sonham com uma voz que se ouça no mundo. Sonham com uma excepção que não merecem. Qualquer derrota, normal e frequente no mundo inteiro, é motivo para as mais obscuras lucubrações sobre o destino fatal do país. Do mesmo modo, a vitória de um concidadão presta-se aos mais surpreendentes desvarios sobre o génio português. É uma maneira de se ser infeliz. É o modo de ser dos saloios. No próprio dia em que Cristiano Ronaldo foi ungido do seu título, a RTP oferecia-nos um fantástico debate, dito de Prós e Contras, durante o qual foram pronunciados todos os disparates imagináveis. Na presença, como sempre, de um angélico e extasiado secretário de Estado, um conjunto de pessoas serviram-nos os lugares comuns habituais. Todos podemos fazer igual. Há, em Portugal, génios e talentos de sobra. A ninguém ocorre, evidentemente, aludir a um êxito excepcional, mil vezes mais importante do que qualquer prémio, como seja a descida brutal da mortalidade infantil, que colocou Portugal, nesse domínio, num dos primeiros lugares no mundo. A diferença entre esta vitória e a de Cristiano Ronaldo é que a última é um feito de talento pessoal e de excepção, enquanto a primeira resulta do trabalho de centenas ou milhares de pessoas, de organização, de trabalho meticuloso, de planeamento cuidado e de sacrifício humilde. Este é um feito de muitos médicos e enfermeiros, de paramédicos e condutores de ambulâncias, de analistas e administradores. E, sobretudo, de vários governos, que fizeram o que de melhor deles se espera: deixar trabalhar, não pretender meter-se em tudo e não procurar louros eleitorais.

Durante décadas, Portugal foi um país singular. Distinguia-se dos outros. Pelo analfabetismo, pela pobreza, pela duração de uma ditadura, pela censura, pela polícia política e por outros feitos de igual calibre. Gradualmente, o país foi-se transformando e foi ficando um país como os outros. Com cada vez menos história, que, como terá dito Tolstoi, é o próprio das pessoas felizes. Com bons e maus, excelentes e péssimos. Com estúpidos e inteligentes, como em todo o sítio. Com êxitos e falências, como deve ser. Só se espera que seja sempre assim. Sempre e cada vez mais. Que os portugueses não queiram de novo distinguir-se! Que ambicionem pelo dia em que, sem prémio Nobel, a maior parte dos alunos tenham notas decentes a Matemática e Português. Que lutem pelo dia em que um processo no tribunal não dê, durante anos, notícias em todos os jornais do mundo, mas que, simplesmente, chegue à sentença sem ter história. Que trabalhem o necessário para que não tenham os mais baixos rendimentos da Europa. Que sejam habitualmente recompensados ou punidos, quando merecem. Nesse dia, talvez outro Cristiano volte a ganhar. E outros indispensáveis heróis surgirão. Mas o disparate que se seguirá será bem menor.

António Barreto
Público
18 de Janeiro de 2009

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17 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

19 de Janeiro de 2009
Ordens e desordens


O Professor Ribeirinho Leal, figura ilustre e conhecida na nossa cidade, é desde dia 28 de Setembro de 2008, Comendador da Real Ordem de S. Miguel de Ala, agraciado por D. Duarte, Duque de Bragança.
Acontece que a Justiça portuguesa decidiu agora que D. Duarte não podia outorgar a dita Ordem de S. Miguel de Ala, uma vez que é obrigado a desistir de tal denominação.


E os agraciados com tal comenda, têm também que desistir dela?




O Tribunal Cível de Lisboa acaba de dar razão a Nuno da Câmara Pereira num conflito que o opunha a D. Duarte de Bragança, obrigando este último a desistir da denominação Real Ordem de São Miguel de Ala, uma ordem que criou em 2004. Isto porque Nuno da Câmara Pereira já tinha lançado, em 1981, a associação Ordem de São Miguel da Ala.

Nuno da Câmara Pereira começou por queixar-se ao Registo Nacional de Pessoas Colectivas (RNPC). No entanto, este considerou que não havia nada que pudesse levar a Real Ordem de São Miguel de Ala, de D. Duarte, a ser confundida com a associação Ordem de São Miguel da Ala, de Nuno da Câmara Pereira.

Agora, uma juíza entendeu o contrário. No processo cível, a Casa Real invocou que a expressão "Ordem de São Miguel da Ala foi abusivamente usurpada" por Nuno da Câmara Pereira. Isto porque"o uso das insígnias e denominações das Ordens Dinásticas são pertença da Casa Real portuguesa e do senhor D. Duarte".

Mas, nesta matéria, os argumentos não convenceram a juíza Isabel Sá do 4.º Juízo Cível: "No actual ordenamento jurídico-constitucional, que configura Portugal como uma República e consagra o princípio de separação entre Igreja e Estado, é indiferente saber se está em causa uma ordem dinástica", escreveu a magistrada "se o uso das insígnias é exclusivo do putativo herdeiro da casa real (a qual não é reconhecida no ordenameno jurídico da República, note-se), ou se a mesma foi erecta canonicamente".

Apesar dos argumentos históricos apresentados pela Casa Real, a juíza centrou o problema no plano "puramente jurídico". E neste aspecto, a "simples aposição do vocábulo 'real' antes da expressão já usada" pela Ordem de São Miguel da Ala "não é suficiente para que se alcance uma eficaz e objectiva diferenciação entre as duas associações".






Ler artigo completo no Diário de Notícias








Notícia enviada por e-mail, por Um Lagóia

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

http://acidadedeportalegre.blogspot.com/

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Definem o Ribeirinho Leal como “figura ilustre e conhecida”. O adjectivo é vosso. Quem o conheceu enquanto aluno discorda totalmente do adjectivo “ilustre”, e o mesmo se aplica aos colegas com quem trabalhou.
Ribeirinho Leal é realmente conhecido, mas não pelas melhores razões. A filha queixa-se publicamente do pai, dizendo que este nunca lhe ligou, acontecendo agora o mesmo com a neta. Com vários casamentos, e outras tantas uniões de facto, Ribeirinho enquanto católico, ele diz-se, dá um testemunho contrário aos ensinamentos e preceitos da igreja.
Como professor teve tantos processos disciplinares que foi obrigado a deixar de leccionar. Passou para o serviço administrativo, terminando uma carreira profissional de insucesso em Gafete como auxiliar de acção educativa, e reformado por razões de doença do foro psíquico.
Diz que tem livros publicados, mas uma ida à Biblioteca Municipal mostra que não é verdade. Sabe-se que tem um livro sobre Cabeço de Vide, cópia de notas de livros antigos sobre aquele concelho, e um outro em que plagiou um livro de Capella e Sylva. Estes factos são conhecidos em Portalegre, em Elvas, Alter do Chão e em Cabeço de Vide. Ribeirinho Leal é uma pessoa sem cultura, como se prova pelo nível dos programas que tem na Rádio Portalegre!
No jornal Distrito tem movido uma campanha contra a Luísa Moreira. Pessoa detestada, deseja-se que o novo director não permita que continue aquelas redacções mal feitas de uma segunda classe mal tirada.
Só Duarte de Bragança é que poderia “homenagear” o Ribeirinho Leal. Agora os dois têm o que merecem!

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Blogger Comendador Burrinho disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Blogger Comendador Burrinho disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Deus escreve direito por linhas tortas!...
RITA

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Atendimento do Município de Portalegre


Há uns dias fui tratar de uns assuntos simples ao município de portalegre.
Pensava eu que eram assuntos simples mas afinal fiquei chocado com o que se passa naquele serviço de atendimento.
Depois de um longo periodo de espera... e quando digo longo foi longo mesmo longo, lá fui chamado por uma miuda simpatica e esforçada mas que não me conseguiu resolver o problema. Pedi para falar com a responsavel (o tempo a passar) e lá apareceu uma menina um pouco mais velha que me chamou tudo e mais alguma coisa, até me mandou calar. Indignado com tal falta de educação pedi de imediato para falar com o chefe dela.
Foi-me apresentada uma suposta chefe de divisão de aspecto jovem e pelos vistos com poucos neuronios e quanto mais subia na hierarquia mais baixo era o nivel. Deixei uma Sugestão/Reclamação num formulario próprio mas com poucas linhas que me foi dado pela chefe de divisão de uma forma bastante arrogante.
Soube depois em conversa de café que as sugestões que não agradam vão directamente para o lixo.
Tudo isto me deixa indignado e profundamente chocado porque eu ainda sou do tempo em que havia respeito pelas pessoas, principalmente pelas pessoas mais velhas.
Hoje em dia tudo isto se perdeu e é muito triste ver o eng. Mata Cáceres (em que eu votei mas não volto a votar) nomear pessoas destas para estarem a frente dos serviços.
Portalegre merece um bocadinho mais e melhor.

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

António Silva, mas elas eram todas umas bonitas mulheres, não eram?
Pois, pois!...

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

http://acidadedeportalegre.blogspot.com/

alguém sabia que o comendador de pechisbeque ribeirinho tinha um blogue???

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Isso quer dizer que estão lá e chegam a chefes porque se ajoelham ao Sr. Presidente?

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Não necessariamente ao senhor presidente. Pelo contrário, que o Cáceres não alinha. Mas que dizer do garanhão Biscainho e do Benetton Calado?

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Esqueceram-se do Ferreira, o tal que batia na mulher, e que agora a está com a Curinha, que não é fresca...

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Mas a melhor do dia é a mentira do "comendador" Ribeirinho.
O Cromo deve estar para morrer...
O Ribeirinho exigiu na Rádio Portalegre que o tratassem por "comendador"...
É louco varrido.

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Já viram o ridículo do blogue do Ribeirinho?
É DE GRITOS!!!

http://acidadedeportalegre.blogspot.com/

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Queria fazer mal à Luisa Moreira, mas agora tem que meter o rabo entre as pernas.
Ribeirinho o CHARLATÃO!!!

segunda-feira, 19 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Tudo o que aqui li
Meu querido João.
É só inveja de ti
Amor do meu coração!

Eles não crescem
Eles são uma cambada.
Eles não te merecem
Eles não valem nada!

Como gosto de ti
Meu querido Comendador.
Contigo prazer senti.
O que eles têm é dor!

Falem com fulgor
Continuem a dizer mal.
Viva o Senhor Comendador
João Ribeirinho Leal!

Maria José Aranha

terça-feira, 20 janeiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Nao sei se ao escrever isto partiu a costela lusa ou se simplesmente se associou ao falado atendimento da camara e das suas chefes para dizer mal nao critique o pros e contras vá ao atendimento do complex autarquico

quarta-feira, 21 janeiro, 2009  

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