quinta-feira, 23 de outubro de 2008

SERÁS PÚBLICA PEDRA

Serás pública pedra cacto areia palavra
usando o horizonte o corpo o seio o risco o sexo.


Nem de praia ou brisa ou sol ou ócio ou repto
projectam os passos as fibras as veias as faces.


Há quem com a fera o veneno o punhal a farpa
sepulte a cópula o suor o óleo o lírio a dor.


Viverás na morte peixe sismo cálice pele
balcão de carne sal centeio sangria jejum.


Orlando Neves
Poesia - Obra completa

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8 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Orlando Loureiro Neves nasceu em Portalegre (1935-2005) Portugal. Dispensando do exame de admissão, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, tendo-se licenciado em Junho, 1958, com 22 anos. Na Faculdade de Direito, foi director cultural da Associação Académica, tendo colaborado na criação do Grupo Cénico da Faculdade. No ano lectivo de 1957-1958 foi eleito Presidente da Associação Académica, intervindo, directamente, como elemento da coordenadora RIA (Reunião Inter-Associações) nas contestações ao célebre decreto 40.900, o rastilho das revoltas estudantis que se seguiram. Foi, também, fundador e primeiro director da revista, órgão da Associação Académica, Quadrante. deixou vasta obra em todos os géneros literários, com predomínio para a poesia.

quinta-feira, 23 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

A crise
.
Por tudo quanto é sítio se ouve falar da crise que nos avassala e destrói e, o facto de a mesma se verificar a nível mundial, até parece que serve de desculpa esfarrapada para branquear os erros daqueles que nos governam, que tantos e tão grandes têm sido.
Quem ler os anúncios dos jornais ou quem, simplesmente, passar por qualquer rua de qualquer cidade, vila ou aldeia, depressa se dá conta do número de imóveis que se encontram para venda, na frustrada expectativa de que chegue um eventual comprador que, afinal, tarde em aparecer.
Também tenho notícia de um grande número de famílias que sempre honraram os seus compromissos e que, de momento, com muita dor misturada com lágrimas, se vêem forçadas a ter que entregar à banca as suas habitações, por se encontrarem numa situação de manifesta incapacidade d pagarem as respectivas mensalidades.
O comércio encontra-se depauperado, com as lojas “às moscas” e com a pouca clientela a comprar cada vez menos artigos, e a escolher sempre dos mais baratos.
Nas farmácias a situação, ao que sei, é alarmante; pessoas a quem foram prescritos medicamentos para consumo diário, são obrigadas a tomá-los duas ou três vezes por semana, com excessiva frequência a intervalos ainda mais dilatados.
Nas postos abastecedores de combustíveis cada vez se vendem menos derivados do petróleo e, cá pelo interior, perto da fronteira com Espanha onde os preços dos referidos produtos são substancialmente mais baratos, ouço dizer que há bombas em risco de fecharem ou de pelo menos, terem que despedir pessoal.
Na agricultura, muitos lavradores já não vão semear um bago de cereal, pois, não perdendo dinheiro, acabam por ganhar algum, pelo menos aquele que não perdem.
Na pecuária “as coisas vão de mal a pior”, com os preços dos gados em queda livre, ao mesmo tempo que o consumidor paga o produto final a preços exorbitantes.
E muito mais poderia dizer se quisesse aborrecer o Amigo Leitor.
Mas quem ouve os nossos governantes, fica com a certeza absoluta de que os mesmos vivem noutro mundo, irreal para a maioria dos portugueses, mas muito palpável para quem goza de ordenados chorudos e outras mordomias!!!

opinião | COMENDADOR PROFESSOR JOÃO RIBEIRINHO LEAL| 23/10/2008 | 09:35 | 2155 Caracteres

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Copyright© O Distrito de Portalegre

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Orlando Neves merece mais respeito!

O que faz aqui este cromo do "comendador"???

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Agora na Rádio Portalegre o Góis até trata o Ribeirinho por "comendador"
ESTÁ TUDO LOUCO!!!

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Porque é que o João Trindade e o Ribeirinho não fazem um blogue só deles e deixam-nos em paz?
RITA

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Já agora para a biografia de Orlando Neves ficar completa acrescente-se que sempre foi marginalizado pelas forças vivas excepto num período de 4 anos em Portalegre e que tendo um dia escrito um artigo em que falava da sua condição de nascido em Portalegre recebeu várias cartas ofendendo-o com a acusação de que estivesse calado pois era um ateu, era, e comunista, que nunca foi, antes pelo contrário.
Significativo.

António Ferreira Barbosa

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

Orlando Loureiro Neves nasceu em Portalegre, Portugal, a 11 de Setembro de 1935, fez os seus estudos primários em Lisboa e nas Caldas da Rainha, os secundários em Lisboa (Liceu Gil Vicente), no Porto (D. Manuel II), Guimarães (Liceu Nacional de Guimarães) e, de novo, no Porto (Liceu D. Manuel II). Dispensando do exame de admissão, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, tendo-se licenciado em Junho, 1958, com 22 anos.

Na Faculdade de Direito, foi director cultural da Associação Académica, tendo colaborado na criação do Grupo Cénico da Faculdade. No ano lectivo de 1957-1958 foi eleito Presidente da Associação Académica, intervindo, directamente, como elemento da coordenadora RIA (Reunião Inter-Associações) nas contestações ao célebre decreto 40.900, o rastilho das revoltas estudantis que se seguiram.

Foi, também, fundador e primeiro director da revista, órgão da Associação Académica, Quadrante.

Durante curtos meses foi subdelegado de procurador da República, cargo que abandonou para se dedicar à candidatura à advocacia. Cedo reconheceu que não era essa a sua vocação. Entrou para os quadros dos Emissores do Norte Reunidos, onde foi locutor, produtor e autor de programas radiofónicos de natureza geral e cultural (introduziu na Emissora programas de teatro radiofónico fazendo passar, pela primeira vez, peças de autores proibidos pela Censura, então ainda pouco atenta às estações de rádio particulares; ali apresentou, por exemplo, em estreia, em Portugal, Brecht e a sua peça em 1 acto, Aquele que diz sim e aquele que diz não). No mesmo período colaborou, com assiduidade, no Rádio Clube Português, delegação do Norte.

Trabalhou, no Porto, como director dos serviços de Publicidade e Relações Públicas da fábrica EFACEC, sendo igualmente director da ADEFA (Associação do Pessoal da EFACEC). Nessa qualidade promoveu a ida às instalações da fábrica (para serem homenageados e falarem aos trabalhadores) dos escritores Ferreira de Castro e Aquilino Ribeiro, este, seu amigo pessoal. Também na EFACEC, por sua iniciativa, se realizou o que foi considerado pioneiro: o Teatro Experimental do Porto deslocou-se às instalações e, no meio das máquinas, em palco improvisado, representou duas peças de teatro (de Almeida Garrett). Estas realizações foram suspensas devido a pressões políticas.

Na época e dado o seu interesse pelo Teatro, foi um dos colaboradores do Grupo de Teatro Moderno dos Fenianos da cidade do Porto, dirigido por Luís de Lima.

Convidado pelo Prof. Noronha Feio, fez parte, como Vice-presidente, da lista vencedora das eleições para os corpos directivos do Teatro Experimental do Porto. Nos dois anos seguintes foi eleito Presidente. Nesses anos procedeu a uma revitalização do TEP, após a saída de António Pedro. Foi, então, que a seu convite, Carlos Avilez, se estreou, profissionalmente, como encenador e, mais tarde, Rui de Carvalho, que convidou para actor e director da Companhia, onde se manteve por uma ou duas épocas. Contratou para o elenco de TEP, além dos nomes citados, entre outros, Glicínia Quartin, Fernanda Alves, Alina Vaz, tendo também proporcionado a Ernesto de Sousa a sua estreia como encenador. Nessa época, igualmente, trouxe, de grupos de amadores e universitários, para o profissionalismo, actores como António Montez, Mário Jacques, Júlio Cardoso, David Silva, Augusto Leal, etc. Fundou e dirigiu o Boletim do TEP, que era na prática uma revista de teatro.

Em 1965 volta a Lisboa e entra para o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, como documentalista, director de publicações. No ano seguinte, ao ser convidado pelo Engº Manuel Rocha para fazer parte do quadro, recusou-se a assinar a declaração de não-prática de actos contra a política do Estado Novo, pelo que, apesar da sua nomeação estar já assinada pelo Ministro Arantes e Oliveira, não pôde permanecer no LNEC.

Entra, seguidamente, para a redacção do jornal República, na direcção de Carvalhão Duarte e Alfredo Guisado. Aí inicia a profissão de jornalista, especializando-se nos temas culturais, sendo durante anos, crítico de teatro e televisão. Encarrega-se da coordenação de vários suplementos como Um certo humor, Jornal de Crítica, República Juvenil e O assunto é Teatro, primeiro e único suplemento de um diário com a temática de teatro. Entretanto, fazia parte da redacção da revista Vida Mundial onde, além do trabalho de carteira, crónicas, entrevistas, etc desempenhava as funções de crítico de teatro e televisão. Abandonou a redacção, juntamente com cerca de uma dezena de jornalistas, em 1969, aquando das eleições para a Assembleia Nacional, por a direcção da Revista ter tomado a decisão de colocar a publicação ao serviço da União Nacional.

Durante estes anos de permanência na República cria a Livraria Opinião, na Rua Nova da Misericórdia. Juntam-se-lhe algumas dezenas de escritores e outras personalidades e surge a Opinião SARL, uma livraria que fez época pela originalidade da organização do seu espaço, distribuído por quatro andares, como livraria, galeria de Arte (dirigida por Leonor Praça) e bar (no último andar) e pelos lançamentos de livros que causaram, pela enorme afluência, problemas com a polícia política.

Nos anos de jornalista assalariado fez dezenas de traduções, editadas, em especial, peças de teatro, a maioria destas representadas ou emitidas em teatro radiofónico.

Em 1971-1972 é convidado, pelo recentemente instalado Círculo de Leitores, para dirigir a sua revista de livros. Meses depois, a direcção alemã-espanhola do Círculo convida-o para director literário, pelo que foi compelido a abandonar a redacção da República e a Livraria Opinião. No Círculo de Leitores passa a orientar a programação de livros e discos. A partir de 1973 acumula o cargo de director literário e musical com o de director de produção de livros e discos. Em Julho de 1974 foi despedido, sem justa causa, pela administração alemã, por, após o 25 de Abril, ter colaborado e presidido à Assembleia Geral de Trabalhadores que decretou, em Maio de 1974, uma greve de reivindicações salariais.

Ainda em Julho de 1974 assume a direcção literária e de produção da Portugália Editora onde cria várias novas colecções, acertadas com o tempo democrático e de grande êxito junto do público. Todavia, em Dezembro do mesmo ano, sai, por discordância com os então proprietários da Editora, que pretendiam uma viragem extrema (politicamente) da orientação editorial. O seu acto de saída, divulgado por toda a comunicação social, recebeu o apoio público de grande número de escritores, entre os quais José Gomes Ferreira, autor contratado da Portugália.

Em Fevereiro de 1975, funda com outros escritores, a Cooperativa Editorial Diabril para a qual leva José Gomes Ferreira de quem publica várias reedições e novos títulos.

Durante a existência da Companhia Nacional Popular de Teatro, dirigida por Carlos Wallenstein, no S. Luiz, em Lisboa, foi o director de Relações Públicas e Acessor para a Comunicação Social.

Regressa ao jornalismo como free-lancer. Colabora, regularmente nos jornais A Luta e Expresso, onde faz, no primeiro, crítica de televisão e, no segundo, crítica de teatro, televisão e livros. Passa, depois, para o Diário de Notícias em 1980, onde publica crónicas, crítica de rádio (as rádios locais elegem-no, em 1986, o melhor crítico de rádio), crítica de teatro e televisão, numa colaboração diária.

Durante um ano, em 1980, é autor e apresentador do programa cultural semanal Manta de retalhos, na RTP-1, considerado, unanimemente, pela crítica da época como o melhor programa cultural de televisão feito até então. Na mesma altura, foi co-autor da primeira série do programa radiofónico Pão com manteiga.

Em 1984 encena no Teatro Nacional D. Maria II, na direcção de António Braz Teixeira, por quem foi convidado, a peça de Vicente Sanches, A birra do morto, que obteve o Prémio Revelação em Encenação da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.

Em 1985-1986 encena, na Fundação Gulbenkian, no ciclo Retorno à Tragédia, as peças À procura da Tragédia, e, de Jorge de Sena, O Indesejado, primeira encenação desta peça, que foi escolhida como um dos cinco melhores espectáculos do ano, pela SEC.

Em 1992, aquando da remodelação do Diário de Notícias, sai, passando a dedicar-se, exclusivamente, à profissão de escritor.

Outras Actividades Culturais: Para além das já mencionadas, foi fundador e primeiro presidente do Cineclube Universitário do Porto, membro da direcção da Casa de Imprensa de Lisboa, director da ompanhia Teatral Rafael de Oliveira (na sua fase amadora), vice-presidente do Clube de Jornalistas de Lisboa, presidente da Associação Património XXI, dedicada à defesa do património monumental do País, vice-presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, presidente da Associação Cultural Sol XXI que tem organizado, por todo o País, vários encontros e jornadas de divulgação cultural.

Dirigiu ou co-dirigiu as publicações, além das citadas: A Cidade (1959/1960) revista cultural e de actualidades, publicada no Porto, proibida posteriormente; Coordenada, revista cultural do Porto, suspensa; Memória do Cinema (1980), revista de cinema; Património XXI (1982/1984), revista sobre o património; Sol XXI, revista literária e cultural até à publicação do seu número 17.

Ao longo da sua vida colaborou em jornais e revistas de todo o País, das quais se destaca: Bandarra, Vértice, Europa, Távola redonda, A esfera, Planície, Mundo, Século Ilustrado, Jornal de Letras e Artes, Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Diário de Coimbra, Diário Ilustrado, Diário Popular, Jornal do Fundão, Europeu, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Letras e letras, Sirgo, A cidade (Portalegre), Colóquio/Letras, Calípole, Sol XXI, etc.

Obras publicadas

Poesia: Sopapo para a destruição da felicidade (1959); O silêncio na cidade (1963); Canção para o jovem país (1963); Respondo por mim (1971); O corpo e a voz (1973); Morte minuciosa (1976); Diário da desordem, fragmentos (1984); 20 ironias literais (1985); Morte minuciosa, 2ª edição, refundida e aumentada (1986); 3ª edição (1996); Trovas da infância na aldeia (1987); Regresso de Orfeu (1989); Odes de Mitilene (1990); Lamentação em Cáucaso (1990); Ulisses e Nausica (1990); Noema (1991); Decomposição – A Casa (1992); Mar de que futuro (1993); Organon para a decifração da poesia (1993); Loca obscura, pranto de Leonor de Sepúlveda (1994); Poesia (1995); Máscaras (1997); Nocturnidade (1999); Diário de Estar e Ser (2000); Clamores (2001).

Ficção: Pélias ou a aventura da Argo (1961), contos; A condecoração (1984), contos; Morte em Campo de Ourique (1987), romance; Morta em Vila Viçosa (1991), romance; Rua do Sol (1992), contos; Histórias de espanto e exemplo (1993), contos; Memórias de um rufia lisboês (1994), romance; Fabulário (1995), fábulas; Torrebriga – Cenas da Vida no Interior (1999), romance.

Teatro: A Execução, seguida de seis peças em um acto (1966); Humor Próprio, com colaboração (1975); Crisântemos e Malmequeres (1987), não publicado, mas representada pela Companhia de Teatro Reportório, no Trindade; 30 Anos de Teatro (1993), recolha de críticas e ensaios sobre teatro.

Literatura Infantil: O mundo dos porquês, com colaboração (1969); Os brinquedos do Tozé fizeram banzé, teatro (1978); Aventuras de animais e outros que tais, teatro, com colaboração (1982); Histórias da Ana Alexandra, contos (1988); Aventuras do Gato Chalupa, contos (1988); O Tio Maravilhas, teatro (1991); O mosquito zzzz.... Zzzz, teatro (1992). As peças de teatro infantil citadas foram todas representadas por companhias profissionais e por vários grupos de teatro amador.

Crónica: Lisboa em crónica (1968); Diário de uma revolução, com colaboração (1979); Eanes, um presidente no curso da constituição, com colaboração (1979).

Obras várias: Pão com manteiga (1º volume), com colaboração (1981); O castelo medieval e a cultura coeva (1984); De longe à China, com colaboração (1988); Dicionário de frases feitas (1991); Dicionário das origens das frases feitas (1992); Dicionário do palavrão e afins, com colaboração (1994).

Antologias e colectâneas onde tem colaboração: Modernistas portugueses (1960); Poesia portuguesa do pós-guerra (1965); Hiroxima (1967); 800 anos de poesia portuguesa (1973); Experiência de liberdade (1976); Ilha dos Amores (1984); Poetas alentejanos (1986); Lisboa cidade de elevadores (1986); Água Clara (1987); Histórias nunca lidas (F. Gulbenkian) (1991); Antologia de homenagem a Cesário Verde (1991); Poetas escolhem poetas (1992); Contoário (1993); Poemabril (1994).

sexta-feira, 24 outubro, 2008  
Anonymous Anónimo disse...

A Crise

A coisa parece que está preta

Para os muros

muros, muralhas,
fortalezas
contrafortes

sobretudo estas coisas todas em língua de
S. Magestade
-o inglês de Libra –
e do livra-te (acrescentamos nós em bom alentejano)

porque estas coisas todas
no esperanto actual se dizem WALL
para rimar com Fall
e o Berlin Wall
não foi mais do que o prenúncio de WALL-
Street
Fall

Estou- me nas tintas para que se desmorone
A fortaleza do dinheiro
- a Wall Street de Nova Iorque –
para que rua
o indigente Palácio da Bolsa de Lisboa

Roque
Amorim
Berardo
Cintra
Azevedo
Não me dizem nada

Abramovich diz-me muito menos
Do que MaiaKowsky
Prefiro de longe
O nosso se calhar teso Herberto Hélder
Ao multimilionário Bill Gates

Ó gente do dinheiro
Não há dollar
Libra euro
Que valha um poema ingénuo do
Mais obscuro e anónimo dos poetas

A vossa fama passa
A vossa ganância de dinheiro morre com o vosso
Último suspiro.

Estão agora à rasca? Tremem que nem varas verdes
Pela insegurança dos frutos
Das vossas falcatruas?

Tremam pois – a mim pouco me importa
A minha Bolsa de Poetas está segura
Pessoa
Eugénio
Ramos Rosa
Não precisam de injecções de capital

É neles que as minhas
Economias estão depositadas.
Leio-os quando vou para a cama
E adormeço
Como se não devesse nada ao Mundo
E o Mundo
A mim nada me devesse.

E como é bem melhor
Ó fátuos milionários de pechisbeque
Com um “principezinho” levitar
Do que fazer todas as viagens
Que possam estar
Nos teus livros de cheques

sábado, 25 outubro, 2008  

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